Acusado de agressão, extorsão, coerção, estupro, tráfico sexual e transporte para prostituição, o rapper Sean "Diddy" Combs passará por uma nova audiência do caso nesta quinta-feira (10). Ele está preso desde 16 de setembro em Nova York, nos Estados Unidos.
Na ação, 120 pessoas o acusam de violência sexual. O nome do artista e empresário é associado à promoção de festas polêmicas e outras práticas ilícitas desde o início de sua carreira.
As investigações contra o músico tem ganhado notoriedade nas redes sociais, e alimentado teorias da conspiração que ligariam Combs a diversos fatos.
Zero Hora organizou uma ordem cronológica dos fatos que vieram à tona sobre Diddy desde o início do escândalo.
Linha do tempo do Caso Diddy
Processo de Cassie
Em novembro de 2023, Cassandra Ventura, que atende pelo nome artístico de Cassie, entrou com um processo contra Diddy. No documento de 35 páginas, ela acusou o ex-namorado de agressão sexual, agressão física e tráfico sexual.
Os dois viveram um relacionamento entre 2007 e 2018. O namoro começou quando ela tinha 19 anos e ele, 37. Na época, ela assinou contrato com a gravadora Bad Boy Records, de Combs. A cantora alega ter vivido um relacionamento tóxico com o rapper e afirma que foi obrigada a participar de atos sexuais não consentidos.
Novas denúncias
Após as declarações de Cassie, outras vítimas vieram a público, acusando Diddy de crimes diversos. A primeira entre as novas denúncias foi feita ainda em novembro, por Liza Gardner. Ela alegou ter sido estuprada pelo músico e o amigo dele, Aaron Hall, em 1991.
Em dezembro, mais uma acusação, feita de forma anônima: uma mulher afirmou que, em 2003, quando tinha 17 anos, foi estuprada por Puff Daddy e Harve Pierre, ex-presidente da gravadora Bad Boy Records.
Já em 2024, no final de fevereiro, o cinegrafista Rodney Jones, ex-funcionário de Combs, entrou com um processo de 105 páginas contra o artista. Na queixa, ele relata ter sido assediado sexualmente por Diddy e seus associados.
Primeiras buscas
Cerca de quatro meses após as denúncias de Cassie, em março de 2024, o Departamento de Investigações de Segurança Nacional (Homeland Security Investigations em inglês) realizou buscas na mansão do rapper em Los Angeles. A ação teria relação com as investigações de tráfico sexual. De acordo com portal TMZ, Diddy estava em Nova York na ocasião.
Durante a busca, foram encontrados vídeos de abusos sexuais cometidos durante as festas do músico. Além disso, garrafas de óleo de bebê, que seriam usadas como lubrificante, foram apreendidas.
Vazamento de vídeo
Na metade de maio, foram divulgadas imagens nas quais o empresário aparece agredindo Cassie. Na gravação feita por câmeras de vigilância em 2016, eles estão no corredor de um hotel. A cantora tenta deixar o local, mas é perseguida por Combs.
Na sequência, ele a agarra pela jaqueta e a joga no chão para depois chutá-la. Diddy, que até então negava todas as acusações feitas pela ex-namorada, deu uma declaração sobre o caso no Instagram.
— Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo. Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora — afirmou o rapper no vídeo publicado em seu perfil, que foi apagado posteriormente.
Depois de o vídeo se tornar público, outros processos contra Combs foram iniciados, um deles pela modelo Crystal McKinney. As novas denúncias envolviam estupro, relacionamento coercitivo e agressão sexual.
Condenação e prisão
Em 10 de setembro, o cantor foi condenado a pagar US$ 100 milhões ao presidiário Derrick Lee Cardello-Smith. O homem de 51 anos acusou o Diddy de tê-lo drogado e agredido sexualmente em uma festa em 1997. O rapper não compareceu à audiência virtual e foi considerado culpado.
Menos de uma semana depois, em 16 de setembro, Diddy foi preso e levado para o Centro de Detenção Metropolitano do Brooklyn, sob as acusações de agressão, extorsão, coerção, estupro, tráfico sexual e transporte para prostituição.
Freak-offs
Nas ações movidas contra o músico, vieram à tona as chamadas freak-offs, festas descritas pelo ministério público dos Estados Unidos como "maratonas sexuais". Em audiência realizada em setembro, uma das promotoras do caso, Emily A. Johnson, afirmou que os eventos são "o núcleo desse caso", e eram "inerentemente perigosos".
Os eventos eram frequentados por celebridades do alto escalão de Hollywood, como Jay-Z, Mariah Carey, Khloé Kardashian, Justin Bieber e Ashton Kutcher. A divulgação dos nomes de celebridades que mantinham uma amizade com o rapper e participavam das festas tem alimentado teorias da conspiração na internet. Entre as mais levantadas, estão o possível envolvimento de Diddy na morte de Michael Jackson e a possibilidade de o músico ter inspirado o filme As Branquelas.
12 mil ligações
Responsável pela defesa de 120 vítimas em processo contra Combs, o advogado Tony Buzbee organizou uma linha direta para receber denúncias contra o empresário. Segundo ele, o número recebeu 12 mil ligações em 24 horas.
As denúncias são de crimes sexuais, que teriam sido cometidos contra homens, mulheres e crianças ao longo de três décadas. De acordo com Buzbee, ele e a sua equipe estão analisando as acusações.