O governo federal instituiu, por meio da lei nº 14.834 publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (5), o 13 de abril como o Dia Nacional da Mulher Sambista. O texto é assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelas ministras da Cultura, Margareth Menezes, e das Mulheres, Cida Gonçalves.
A data não foi escolhida à toa: é homenagem para Dona Ivone Lara, personagem emblemática da música brasileira que nasceu em 13 de abril de 1921. Ela morreu em 17 de abril de 2018, aos 97 anos de idade, por conta de um quadro de insuficiência cardiorrespiratória.
Considerada a grande dama do samba, Dona Ivone Lara, cujo nome de batismo era Yvonne Lara da Costa, começou sua carreira na música nos anos 1940, quando ingressou na ala dos compositores da escola de samba Prazer da Serrinha (RJ), onde seu pai era presidente. Marcou a história ao integrar a ala de compositores da Império Serrano (RJ), tendo assinado a composição do samba-enredo Os Cinco Bailes da História do Rio (1965).
Com uma carreira marcada pelo pioneirismo, a artista atuou na área da saúde antes de se dedicar exclusivamente à música. Cursou enfermagem e trabalhou com a psiquiatra Nise da Silveira (1905 — 1999), como terapeuta ocupacional. Foi uma das primeiras assistentes sociais do Brasil e atuou para a humanização do tratamento de doentes mentais.
Ao longo da carreira, gravou 15 álbuns, assinou a composição de dezenas de canções e recebeu inúmeros prêmios e homenagens, como em 2016, quando foi condecorada com a Ordem do Mérito Cultural, principal condecoração do governo brasileiro à área da cultura. No carnaval de 2012, foi tema do enredo Dona Ivone Lara: O Enredo do Meu Samba, da Império Serrano.