Viúva de Chorão, Graziela Gonçalves está brigando com o filho do artista, Alexandre Lima Abrão, na Justiça por direitos relacionados à marca Charlie Brown Jr. Em entrevista publicada pelo g1 nesta terça-feira (30), ela falou pela primeira vez sobre essas disputas, afirmando que espera ser respeitada enquanto herdeira do artista.
São dois processos que correm separadamente. Graziela detém 45% dos direitos de imagens e produtos, incluindo marcas, referentes ao cantor e à banda. Já Alexandre tem 55% desses direitos.
— (Espero) que a outra parte passe a respeitar os meus direitos e, uma vez isso ocorrendo, teremos paz para, quem sabe, no futuro, consigamos ter uma relação cordial, porque além do elo emocional, muitas coisas que envolvem a imagem e produtos do Chorão e do Charlie Brown Jr. dependem dessa harmonia — disse ela.
— A disputa judicial causa muitos aborrecimentos e desgastes que poderiam ser evitados se a outra parte respeitasse as decisões judiciais que corroboraram meus direitos em relação ao espólio do Alexandre após sua morte — acrescentou.
Na conversa, Graziela também relatou encontrar força nas músicas escritas para ela pelo artista, que morreu em 2013.
— Depois de passar quase 20 anos ao lado do Alexandre (Chorão), dentre os quais 10 como esposa, saber que existe uma parte linda da obra do Alexandre dedicada a mim me faz ter muito mais força pra lutar pelos meus direitos.
Entenda os processos
Uma das ações corre na Justiça desde 2022. De acordo com a defesa de Graziela, o filho do artista fechou cerca de 20 contratos com empresas sem prestar contas à ela. O processo está em fase de perícia contábil e, no momento, aguarda a entrega do laudo.
Já a segunda ação está na Justiça desde o ano passado, quando Alexandre teria ignorado os direitos de Graziela ao registrar sozinho a marca da banda no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). No processo, o advogado Reginaldo Ferreira Lima, que representa o filho de Chorão, afirmou que Graziela distorceu os fatos e agiu de "má fé".
Em 2021, o filho de Chorão também se envolveu em polêmicas quando os guitarristas Thiago Castanho e Marco Britto, o Marcão, anunciaram que não iriam integrar mais a turnê comemorativa dedicada a Chorão e Champignon. Em comunicado nas redes sociais, os dois músicos alegaram falta de coerência dos administradores da Tour Chorão 50.
Na época, eles disseram que não concordavam com "atitudes imaturas e irresponsáveis de quem diz estar à frente do negócio, o mesmo que provoca e debocha de pessoas e importantes veículos de comunicação". As afirmações seriam direcionadas a Alexandre Abrão, que comandava o projeto.
Chorão foi encontrado morto em seu apartamento de São Paulo em março de 2013. Um exame do Instituto Médico Legal (IML) apontou que o vocalista teve uma overdose de cocaína.