Porto Alegre reencontrou um de seus eventos mais tradicionais. Após hiato de três anos, o Concerto Comunitário Zaffari de Natal voltou a ser realizado neste sábado (9), no Parcão. O espetáculo gratuito teve início pouco depois das 20h, mas o público começou a se reunir no local já por volta das 15h. A intenção era garantir um bom lugar para assistir ao convidado especial da noite: Toquinho.
— Eu venho sempre. Faço questão de chegar mais cedo por causa do lugar. Mas é muito bom, pois até antes do show o parque já fica com um movimento diferente — disse a aposentada Clara Silva, 72 anos, que levou uma cadeira de praia para assistir ao espetáculo.
No período em que a reportagem circulou pelo local, a movimentação estava intensa nas dezenas de barraquinhas instaladas no entorno de onde foi montado o palco. Foram vendidos itens como pipoca, churros e balões luminosos para as crianças. E o vento frio não atrapalhou o entusiasmo da multidão que permaneceu no Parcão durante cerca de uma hora e meia de duração do espetáculo. Conforme a organização, foram cerca de 15 mil pessoas na plateia.
A primeira atração a subir ao palco foi a cantora Nina Nicolaiewsky, filha de Nico Nicolaiewsky (artista que morreu em 2014). Ela abriu a noite interpretando uma canção autoral acompanhada pela Orquestra Theatro São Pedro.
Antes da entrada de Toquinho, a orquestra, sob regência do maestro Evandro Matté, apresentou trechos da ópera O Guarany, de Carlos Gomes. A abertura da peça foi realizada somente pelos músicos. Já o dueto Sento Una Forza Indomita contou com interpretação dos solistas Débora Faustino e Lazlo Bonilla. Enquanto isso, mais à frente do palco, um casal de bailarinos do Ballet Vera Bublitz apresentou coreografia.
Após o primeiro número da noite, Toquinho subiu ao palco por volta das 20h40min. O músico foi recebido com aplausos e saudou o público presente.
— É um prazer muito grande estar com vocês nesta noite linda — disse.
A primeira canção interpretada por Toquinho foi Tarde em Itapuã, um de seus maiores sucessos. O músico contou ao público que a canção foi responsável por fazê-lo "conquistar a confiança musical do grande Vinicius de Moraes", com quem dividiu inúmeras composições.
A segunda canção apresentada por Toquinho foi Que Maravilha, fruto de outra parceria célebre dele, com Jorge Ben Jor. O público se agitou com a pegada dançante da música e seguiu no balanço com o pout-pourri de Samba de Orly e Regra de Três.
Na sequência, Toquinho interpretou Ao que Vai Chegar. Contudo, foi com as três canções finais que ele conquistou não só os adultos, mas também as crianças presentes: A Casa, O Caderno e Aquarela. As músicas foram acompanhadas em coro pela plateia no Parcão.
Toquinho deixou o palco ao fim de Aquarela. O público ficou pedindo bis, aos gritos de "mais um, mais um", mas o show tinha que continuar. A terceira parte do espetáculo foi dedicada à interpretação de canções de Natal. Houve o retorno dos solistas e participação também do Coral da UFRGS, do coral Viva La Vida, do Coro do Dmae, do grupo vocal Contabile e do Ballet Vera Bublitz, que apresentou coreografias especiais para cada canção, com direito a trocas de figurino.
A música derradeira foi Aleluia, de Handel, um dos maiores clássicos natalinos. O público se emocionou com a interpretação do coro acompanhado pela orquestra. A despedida veio com palmas entusiasmadas e fogos de artifício saudando o Natal, mas também retorno de um dos eventos públicos mais amados pelos porto-alegrenses.