Luísa Sonza pode ter se decepcionado com o amor romântico, mas o dos fãs não a deixará na mão. Fiel, o público que comparecerá ao show nesta sexta-feira (29), no Pepsi On Stage, em Porto Alegre, deve manter os olhos vidrados na cantora gaúcha de 25 anos que experimenta a contradição de chegar ao auge do sucesso com o coração partido.
Podem até ser compreensíveis se ela decidir não cantar Chico, a famigerada música de seu novo disco, Escândalo Íntimo, em que expõe o desejo incandescente pelo novo namorado, que acabou virando ex em rede nacional após trair sua confiança com outra moça.
— Cansei da música. Pensar no que ele fez para ela, chega a dar certo... Não digo nojo, mas repulsa. Uma música tão bonita... Agora eu ouço mais as outras músicas do disco — diz a veterinária Roberta Costa Davila, 25 anos, moradora de Sapucaia do Sul, na Região Metropolitana.
O show em Porto Alegre é o primeiro após Sonza ter revelado o término com Chico Moedas enquanto tomava um café da manhã ao vivo com a apresentadora Ana Maria Braga. Houve até choro diante das câmeras, o que inflamou a revolta de seus admiradores.
Se antes a canção meio pop, meio bossa nova era entoada aos suspiros de quem se sentia apaixonado junto com a cantora, agora seu verso dedicado ao rapaz do Rio de Janeiro está em xeque. Mas ela garantiu, em entrevista recente a GZH, que a música seguirá no repertório.
— Chico me tocou, eu gosto dessa música, mas não sei explicar. Tem que trocar o nome. Não tem mais que cantar para o Chico. Se eu estiver lá na frente do palco, eu vou cantar o nome dela, "Luísa", e não Chico — garante a estudante Ana Letícia Martins de Souza, 25 anos, de Porto Alegre.
Ana Letícia acompanha o calvário de Sonza desde o rompimento com Whindersson Nunes, em 2020, quando a artista em início de carreira queimou em fogueira pública por supostamente ter traído o humorista, o que acabou se revelando mentira. Agora vê as pessoas a criticando por ter lançado uma música de amor sem conhecer direito a índole do destinatário.
— Disseram que ela é "emocionada" por ter feito uma música para o cara com apenas dois meses de namoro. De novo, as pessoas julgando ela por algo que nem foi ela que fez, porque, afinal, não foi ela que traiu. Acho ela corajosa por se entregar da maneira que se entregou.
Autointitulado fã número, o artesão Rodrigo Dornelles Gonçalves, 20 anos, de Canoas, pensa em uma solução menos drástica para a expressão "Chico": dar outro sentido à palavra, em vez de extingui-la.
— Chico, em espanhol, é garoto. Não precisa ser para aquele Chico específico. Pode ser para qualquer garoto. Mas se ela não cantar a música, vou entender. É algo pessoal.
O que os fãs desejam é que Sonza faça com Chico — a música e o ex — o que o eu-lírico da antiga canção em que a gaúcha se inspirou faz com os homens: página virada, descartada do seu folhetim.
