A edição de julho da revista Piauí traz uma reportagem na qual aborda o passado da empresária Wilma Petrillo, que durante quase três décadas manteve um relacionamento pessoal e profissional com a cantora Gal Costa, que morreu em novembro de 2022, aos 77 anos.
O texto começa com o relato de uma cena envolvendo Gal e Wilma nos bastidores de um show em 2012, em Vitória da Conquista, na Bahia. Na ocasião, Wilma, segundo a revista, teria sido levada para a delegacia para prestar depoimento sob suspeita de ameaça e perseguição ao médico baiano Bruno Prado. Gal, sem saber o que havia ocorrido, teria ficado acuada nos bastidores do evento, com receio de entrar para cantar.
Antes disso, ainda segundo o relato da revista, Prado havia emprestado a quantia de R$ 15 mil a Wilma, que se recusava a devolver o dinheiro. As ameaças supostamente cometidas pela empresária envolviam a intimidade do médico. Um boletim de ocorrência foi registrado — parte dele é reproduzido na reportagem. Prado alega que teve de sair do Brasil para escapar da perseguição de Wilma.
Na manhã desta quinta-feira (6), a reportagem do Estadão entrou em contato com a empresária Wilma Petrillo e perguntou se ela gostaria de se manifestar sobre o conteúdo publicado pela revista Piauí. Ela não deu retorno.
À revista, o advogado de Wilma, Ricardo Kopke Salinas, mandou uma carta advertindo que as acusações "partem de premissas genéricas, sem apoio em fatos concretos, falsas, e caluniosas".
A reportagem da revista vai a fundo no passado de Wilma, abordando sua origem familiar e seu casamento, também com um médico, que a levou para Nova York, onde a empresária acabou se enturmando com modelos e com a atriz Sônia Braga. Foi na casa de Sônia que Wilma conheceu Gal, no início da década de 1990. Pouco tempo depois, após Wilma oferecer uma garrafa de champagne para Gal em um voo, as duas se aproximaram de vez.
Wilma também foi modelo. Chegou a estrelar um clipe ao lado do cantor Agnaldo Timóteo e desfilou para grifes. Antes de se relacionar com Gal, ela mantinha sociedade com a arquiteta Margarida Jacy. Na reportagem, Margarida acusa Wilma de não ter lhe pagado uma quantia que correspondia à metade de um terreno que adquiriram juntas.
A revista relata também dívidas e imbróglios financeiros nos quais Wilma estaria envolvida e que afetavam diretamente a vida de Gal. Há também uma história de calote ao ator Diogo Vilela, que preferiu não comentar as acusações. O diretor Daniel Filho foi a única voz dissonante e disse acreditar em Wilma.
Antigos funcionários acusam Wilma de assédio moral e de, muitas vezes, trabalhar no escritório sem a parte de cima da roupa. Alguns, segundo a revista, buscaram a Justiça por reparação. Empresários e produtores também relatam casos em que a empresária não teria cumprido obrigações contratuais ou se recusado a assinar os contratos de shows previamente combinados.
A reportagem também ouviu outras personalidades, como a atriz Lúcia Veríssimo, que fala sobre os anos de calmaria em que passou ao lado de Gal, contrastando com a vida turbulenta que a revista conta sobre os anos em que a cantora esteve com Wilma. Além de questões financeiras, a Piauí afirma que Wilma chamava Gal de "velha" e "gorda".
Outro dado inédito trazido pela reportagem é sobre a causa da morte de Gal. Segundo o texto, o atestado de óbito cita duas causas presumidas: infarto agudo no miocárdio e tumor maligno no crânio e no pescoço. O corpo da cantora não passou por autópsia.