A cantora Sia revelou, durante uma participação no programa Rod has a Podcast, na última sexta-feira (26), que recebeu o diagnóstico tardio de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Aos 47 anos, a voz de Chandelier descobriu a condição já na fase adulta.
No bate-papo, a artista australiana destacou que, conforme informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), o autismo pode ser detectado nos primeiros 18 meses de vida. Para Sia, a descoberta provocou grandes mudanças internas. Ela afirma que, há pelo menos dois anos, vem aprendendo a se amar cada vez mais.
— Por 45 anos, eu pensei... "Tenho que colocar meu traje humano". E somente nos últimos dois anos eu me tornei totalmente eu mesma.
A cantora apontou ainda o quanto vem se sentindo livre para falar sobre a sua vida sem medo de julgamentos.
— Ninguém jamais poderá conhecê-lo e amá-lo quando você estiver cheia de segredos e vivendo com vergonha. E, quando finalmente nos sentamos em uma sala cheia de estranhos e contamos a eles nossos segredos mais profundos, sombrios e vergonhosos, e todo mundo ri junto com a gente, não nos sentimos como pedaços de lixo pela primeira vez em nossas vidas. Nos sentimos vistos pela primeira vez por quem realmente somos — acrescentou
Filme Music
Em 2021, Sia enfrentou uma série de críticas em torno do seu primeiro filme como diretora, Music. O enredo conta a história de uma ex-dependente química recém sóbria, que se vê responsável por cuidar de sua meia-irmã, uma adolescente com TEA.
As opiniões negativas tiveram início quando a australiana escalou a atriz Maddie Ziegler, que não é autista, para interpretar a personagem. A obra também gerou controvérsias em parte do público, que alegava que o longa seria carregado de esteriótipos. Sia chegou a rebater os comentários na época, procurando justificar suas escolhas. Entretanto, voltou atrás e pediu desculpas à comunidade autista.
Apesar da repercussão, Music recebeu duas indicações ao Globo de Ouro.