Apesar da triste perda de Luiz Carlos Borges, que morreu nesta quarta-feira (10), o legado do artista que nasceu em Santo Ângelo seguirá presente na cultura do Rio Grande do Sul. Com 70 anos de vida e 60 de carreira, o músico deixa uma longa lista de canções que seguirão reverberando pelo pampa.
De seu vasto repertório, porém, algumas músicas se destacam — e seguem perdurando com o passar dos anos, atingindo novas gerações e, também, embalando os bailes dos contemporâneos de Borges. O que não aconteceu foi o músico ter deixado de tocar e animar a gauchada.
Apenas na última década, segundo dados do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD), Baile de Fronteira foi a canção mais tocada do artista no Brasil. A segunda colocação ficou com Tropa de Osso, seguida por Florêncio Guerra.
Abaixo, GZH relembra cinco músicas que marcaram a carreira de Luiz Carlos Borges.
Baile da Fronteira
"É num baile de fronteira que a gente pode aprender / Esse balanço safado de se dançar chamamé / Tem que ter manha no corpo, pra sapatear tem que ter / Tranco de sapo baleado e jeitão de jaguaretê". É ilustrando um baile da fronteira que Luiz Carlos Borges, em parceria com Mauro Ferreira, entregou uma das músicas que mais ficaram marcadas no imaginário dos gaúchos.
Tropa de Osso
Foi recordando dos tempos de infância que Luiz Carlos Borges fez com que Tropa de Osso se tornasse um dos grandes sucessos de sua carreira. O nome da música remete a uma brincadeira das crianças do campo, que juntavam os ossinhos dos animais carneados e criavam seus gados de brincadeira. "Tropa de osso quem não teve quando piá / Ou não foi piá ou não viveu como nós outros / Como era lindo a gurizada se entretendo / Com os ossitos que eram bois, ovelhas, potros".
Florêncio Guerra
Outra parceria com Mauro Ferreira, a música Florêncio Guerra conta a história de um gaúcho que precisava matar o seu cavalo, que já não prestava mais para a lida. A canção, que termina de forma trágica para os seus personagens, reforça a amizade e a fidelidade entre o peão e seu animal de lida. A obra ficou tão entranhada na cultura gaúcha que virou um curta-metragem em 2021, com direção de Guilherme Suman.
Romance na Tafona
A música do artista que contou com mais regravações na última década, Romance na Tafona conta uma história de amor que ocorre em uma tapera. A canção, que tem os versos de Antonio Carlos Machado, foi regravada por artistas como Delcio Tavares, Dante Ramón Ledesma, Osvaldir e Carlos Magrão, Wilson Paim e Marcello Caminha. A canção foi apresentada na 10ª California da Canção Nativa de Uruguaiana e conquistou o segundo lugar.
Coração de Gaiteiro
"Um pago sem um gaiteiro / É um mato sem passarada / É noite sem madrugada / É rancho sem candieiro", com estes versos, Luiz Carlos Borges cantou a animada, mas também emocionante Coração de Gaiteiro. Outra parceria do músico com Mauro Ferreira. E a letra da canção diz muito sobre como ficou o Rio Grande do Sul com a despedida de um de seus grandes nomes. Vai fazer muita falta esse gaiteiro.