Logo após a notícia da morte de Tina Turner nesta quarta-feira (24), velas e flores começaram a se acumular do lado de fora da residência dela na Suíça, onde a lenda do rock morou por décadas. Diversas pessoas se reuniram em frente ao portão de ferro.
— Estou impactado — disse o esloveno Miran Znider, 48 anos, que mora na região. — Não esperava que fosse acontecer tão cedo.
Znider disse que compareceu ao local "porque ela é a rainha, a rainha de todas as mulheres. Amo Tina."
Considerada uma das artistas mais famosas do mundo, a rainha do rock tinha 83 anos e viveu por quase 30 anos em uma propriedade de luxo em Küsnacht, às margens do Lago de Zurique. Músicas de Tina Turner eram reproduzidas em um veículo estacionado nos arredores, enquanto os fãs se reuniam em frente ao portão, ladeado por grandes colunas iluminadas.
— Hoje é um dia muito triste — expressou Ozgur Arzik, 48 anos. — Cresci com os filhos de Tina e moro aqui perto. Sempre ouvi as músicas dela e me dói que a tenhamos perdido. Só queria estar aqui.
"Com a morte de Tina Turner, o mundo perdeu um ícone", tuitou o presidente suíço Alain Berset. "Meus pensamentos estão com a família desta mulher impressionante, que encontrou na Suíça um segundo lar."
O cantão (uma espécie de Estado da Suíça) de Küsnacht expressou em comunicado que "Tina Turner inspirou pessoas em todo o mundo com sua voz única e tocou muitos moradores de Küsnacht com seu calor e sua modéstia". O município exaltou a conexão da cantora com a comunidade, ao destacar que ela patrocinou uma embarcação de resgate e doou as luzes de Natal.
Tina se mudou para o país alpino em 1995, com seu parceiro, o compositor e produtor alemão Erwin Bach, 67 anos. Em 2013, três meses depois de se casar com Bach e receber seu passaporte suíço, ela renunciou à cidadania americana.
O casal alugou por muito tempo o imóvel, devido às restrições para que estrangeiros tenham propriedades na Suíça. Em 2021, os dois teriam pago US$ 76 milhões pelo imóvel de 10 andares, localizado no cantão de Staefa. Naquela ocasião, Bach disse ao jornal Handelszeitung que a propriedade, que conta com piscina e área privativa em frente ao lago, serviria como um refúgio de fim de semana.
Tina Turner foi exaltada pela imprensa local como um modelo de cidadã suíça. Ela teve de aprender alemão, passar em uma prova e fazer uma entrevista para obter a cidadania.
Com o passaporte em mãos, participou das votações populares realizadas com frequência no país, conhecido por seu sistema de democracia direta. Em 2021, a Universidade de Berna lhe concedeu o título de doutor honoris causa, por "sua obra musical e artística única".