Considerada uma das maiores vozes da MPB, Gal Costa morreu na manhã desta quarta-feira (9), em São Paulo. Aos 77 anos, a artista se recuperava de uma cirurgia para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita e ficaria fora dos palcos até o final de novembro, conforme sua assessoria havia informado no último final de semana, quando ela cancelou apresentação que faria no festival Primavera Sound.
Ao longo dos 60 anos de carreira, Gal Costa visitou Porto Alegre com diversos espetáculos e colaborações com outros grandes nomes da música. No mais recente show na Capital, a cantora interpretou canções de amigos como Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Tom Jobim.
Abaixo, GZH relembra como foram apresentações que a cantora realizou em Porto Alegre nas duas últimas décadas - com um bônus para o festival Meca, que ocorreu em Maquiné. Antes desses, Gal esteve na Capital em diversas outras ocasiões (confira algumas imagens dessas passagens na galeria acima).
Dezembro de 2021
Voltando a frequentar os palcos depois da pandemia de covid-19, Gal veio à Capital interpretando canções de Milton Nascimento, de quem ela gravou mais de 10 músicas, e outros compositores da MPB. Temas clássicos de Bituca fizeram parte do repertório do show: a história de inúmeras mulheres contada na vibrante Maria, Maria (dele e Fernando Brant); a oposição à ditadura de Fé Cega, Faca Amolada (com Ronaldo Bastos); e o hino de amor Paula e Bebeto (com Caetano Veloso).
Além de Milton Nascimento, Gal cantou Chico Buarque, Caetano Veloso, Dorival Caymmi e Tom Jobim. E também reservou espaço para lados B da sua própria discografia. O show ocorreu no Salão de Atos da PUCRS, no dia 2 de dezembro.
Outubro de 2019
Não foi em Porto Alegre, mas merece destaque. Apresentando-se para uma audiência mais jovem do que o de costume, Gal Costa foi a principal atração do festival Meca, realizado em Maquiné, no Litoral Norte.
— Eu vim para uma festa no mato. Essa festa é com vocês — avisou a artista para a plateia que sequer tinha nascido quando ela despontava nas rádios brasileiras.
À época com 74 anos, Gal encantou o público composto principalmente por jovens na casa dos 20 anos, fazendo boa parte deles cantar junto Dê um Rolê, hino ao amor escrito por Moraes Moreira e Luiz Galvão e imortalizada no disco Fa-Tal - Gal a Todo Vapor, em 1971. Seguiram-se clássicos indiscutíveis, como Vaca Profana, London, London e As Curvas da Estrada de Santos.
Março de 2019
Com a turnê do disco A Pele do Futuro, Gal desembarcou em Porto Alegre em março de 2019 para um show no Teatro do Sesi. A apresentação contou com um repertório recheado de músicas dançantes de ar setentista. A cantora baiana trouxe inéditas daquele disco, como Palavras no Corpo (Silva/Omar Salomão) e Sublime (Dani Black), além de releituras de canções mais antigas, como Sua Estupidez (Roberto e Erasmo Carlos), Oração de Mãe Menininha (Dorival Caymmi) e Festa do Interior (Moraes Moreira e Abel Silva).
Outubro de 2017
Acompanhada de Gilberto Gil e Nando Reis, Gal trouxe para o Auditório Araújo Vianna o projeto Trinca de Ases. O espetáculo formado a partir de improvisos em um encontro para celebrar os cem anos de nascimento de Ulysses Guimarães, em Brasília, virou turnê. Além de faixas representativas das carreiras de cada um, os artistas apresentaram três composições inéditas para o público. Trinca de Ases acabou virando DVD e CD com o registro ao vivo.
Julho de 2017
Com o show Prêmio de Música Brasileira, Gal Costa se uniu a Zeca Baleiro, Elba Ramalho e Maria Gadú para celebrar a vida e a obra de Gonzaguinha (1945–1991) no Auditório Araújo Vianna. No repertório, sucessos do cantor e compositor como Espere por mim, morena e De volta ao começo.
Junho de 2017
A primeira vinda de Gal à Capital em 2017 foi com o espetáculo Ela disse-me assim, em que revisitou a obra de uma das maiores personalidades da música brasileira: o compositor porto-alegrense Lupicínio Rodrigues (1914–1974). O show foi realizado no Teatro do Sesi.
Outubro de 2015
Celebrando cinco décadas de carreira e tendo completado 70 anos, Gal Costa trouxe a Porto Alegre o espetáculo Estratosférica. O disco propôs um diálogo com a nova geração da MPB. No repertório, composições de Marcelo Camelo, Mallu Magalhães, Céu, Criolo, Jonas Sá, Lira (ex-Cordel do Fogo Encantado), Domenico Lancellotti, Moreno e Zeca Veloso. Tom Zé, Milton Nascimento, Antonio Cicero, Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Caetano Veloso também colaboraram com o projeto.
Março de 2015
Gal Costa fez a estreia nacional do espetáculo Ela Disse-me Assim, com o repertório de Lupicínio Rodrigues, no Auditório Araújo Vianna. A turnê iniciada em Porto Alegre seguiu para Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Belém, Curitiba e São Paulo, e deu origem a um CD ao vivo - e voltou à capital gaúcha dois anos depois.
Agosto de 2012
Gal Costa apresentou Recanto, seu mais recente trabalho na época, no Teatro do Bourbon Country. O disco foi uma montagem mais eletrônica e experimental da cantora, e teve as faixas escritas por Caetano Veloso.
Maio de 2009
Grande admiradora da música popular brasileira, a norte-americana Dionne Warnick fez uma turnê pelo Brasil ao lado de Gal Costa. Além de Porto Alegre, Dionne Warwick convida Gal Costa passou por Rio de Janeiro, São Paulo, Manaus, Curitiba e Belém. Na capital dos gaúchos, o espetáculo ocorreu no Teatro do Sesi, em 13 de maio de 2009.
Junho de 2007
Com músicas das mais diferentes fases e de variados autores brasileiros, como Dorival Caymmi (Vatapá), Ary Barroso (Camisa Amarela), Chico Buarque (Folhetim e A Rita), Tom Jobim e Vinicius de Moraes (Chega de Saudade), Gal Costa se apresentou no Teatro do Sesi no dia 27 de junho de 2007.
Julho de 2004
Com Todas as Coisas e Eu, Gal Costa trouxe ao Teatro do Sesi, em Porto Alegre, um espetáculo com "despojamento e delicadeza". No repertório, clássicos como Fim de Caso, de Dolores Duran, Pra Machucar meu Coração, de Ary Barroso, Ave-Maria no Morro, de Herivelto Martins, Nervos de Aço, de Lupicínio Rodrigues, e um pot-pourri de Noel Rosa. A cantora também apresentou músicas que ela gravou na década de 1960, como Três da Madrugada (de Torquato Neto), Samba Rubro-Negro (Wilson Batista), Nada Além (Mário Lago) e Alguém Cantando (Caetano Veloso).
Em entrevista para Zero Hora à época, Gal criticou quem cobrava renovação na música:
— Não acho que haja o que inventar na música brasileira. A maior revolução foi a bossa nova, depois não houve nenhuma outra, nem mesmo o Tropicalismo. Neste show, me reinventei. Estou ali inteira, viva, depois de tantos anos. Tem é de fazer música, e música boa.