Camila Bengo
Quem tem dois dedos de conversa com Eugênio Silva Alencar, 85 anos, mais conhecido como Mestre Paraquedas, entende na hora o que significa ser um griô. O título é usado para reverenciar pretas e pretos velhos que atuam como guardiões da história de seus povos, perpetuando tradições e saberes ancestrais por meio da oralidade. É o que Paraquedas faz. É músico, compositor, educador social, poeta, carnavalesco, cenógrafo, figurinista, desenhista, escultor, ex-militar paraquedista — daí a alcunha de Mestre Paraquedas —, militante do movimento negro, griô reconhecido pelo extinto Ministério da Cultura e um contador de histórias nato, cuja memória guarda em detalhes as mudanças pelas quais Porto Alegre, sua cidade natal, passou ao longo das últimas oito décadas, desde que ele veio ao mundo, em 1933, dentro da antiga churrascaria Mascarello, no Centro — pois a mãe foi sentir as dores do parto justo enquanto saboreava uma costela.
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