Mesmo que um dos seus principais hits, Epitáfio, diga que "O acaso vai me proteger / Enquanto eu andar distraído", os Titãs não se distraem e nem precisam contar com o acaso. O grupo, que completa 40 anos de existência em 2022, está sempre focado em produzir novidades, sem se acomodar com as glórias conquistadas no passado — mas, também, sem deixar de celebrá-las. Um equilíbrio entre o ontem, o hoje e o amanhã.
A banda, neste momento, está na estrada com o show Titãs Trio Acústico, que recebe o nome do 16º álbum do grupo. Na apresentação, eles interpretam músicas que marcaram as quatro décadas de carreira do conjunto e, ao mesmo tempo, relembram o grande sucesso do álbum Acústico MTV, gravado em 1997 e que vendeu mais de 2 milhões de cópias, ganhando discos de ouro, de platina e de diamante. E essa celebração passa pelo Rio Grande do Sul.
Em Porto Alegre, a banda, atualmente formada por Branco Mello, Sérgio Britto e Tony Bellotto, que estão desde o início do conjunto, em 1982, fará show neste sábado (25), a partir das 21h, no Teatro do Bourbon Country (Avenida Túlio de Rose, 80). O grupo também vai para o Vale do Sinos, apresentando-se em Novo Hamburgo no domingo (26), a partir das 20h, no Teatro Feevale (Universidade Feevale, RS-239, 2755 - Campus II).
De acordo com Bellotto, a ideia do show Titãs Trio Acústico começou por volta de 2017, com os fãs cobrando uma comemoração dos 20 anos do Acústico MTV, o seu disco mais bem-sucedido. Na época, porém, o grupo estava focando em produzir a sua ópera rock Doze Flores Amarelas. Depois de concluir o projeto, então, o grupo decidiu que era hora de atender o público e levar a apresentação para os palcos, de maneira mais intimista, munidos apenas de violões, piano, guitarra acústica e contrabaixo. A apresentação ainda conta com as participações de Mário Fabre e Beto Lee.
— Sempre gostamos de ter um enfoque criativo e original sobre tudo o que fazemos. Tocamos músicas da carreira inteira neste formato acústico, rememorando o Acústico MTV, mas também colocando coisas que vieram depois de 1997 e que se adequam muito bem ao formato. O grande diferencial deste show é que a gente fala com o público de uma maneira que nunca falou nestes 40 anos, contando histórias, explicando como algumas músicas foram compostas. É muito especial, diferente e inédito na nossa carreira — explica Bellotto.
O músico reforça que cada show dos Titãs é uma aventura e neste, especificamente, o bate-papo, que não segue um roteiro pré-determinado, gera, em sua visão, momento interessantes e únicos. E destaca que os gaúchos encontrarão, no palco, a banda em seu melhor estilo, com um repertório bem eclético, desde Sonífera Ilha, primeiro hit do grupo, até composições de Doze Flores Amarelas, passando por músicas do álbum Cabeça Dinossauro.
— A gente toca canções que são um grande sucesso, como Marvin, Pra Dizer Adeus, Epitáfio, Enquanto Houver Sol, Porque Eu Sei Que é Amor. Enfim, acho que é um show completo para as pessoas que gostam dos Titãs e, para aquelas que não conhecem, é uma boa oportunidade de conhecer, porque tem tudo o que a gente fez ali — reforça Bellotto.
Através de gerações
Para Bellotto, que está na banda desde a sua formação, o que é ser um titã "é uma pergunta muito complexa" e explica que, talvez, ele deva levar o questionamento ao seu psicanalista:
— Não tenho condições de responder sozinho (risos).
Porém, conta que é prazeroso fazer parte do grupo e acredita que, ao longo dos 40 anos, ele e os colegas construíram um trabalho muito sólido e interessante. E, apesar de todas as mudanças na formação que aconteceram, os Titãs conseguem sobreviver e manter intacto o espírito e a essência da banda. E é por isso, ele acredita, que as obras ultrapassam gerações e, nos shows, vê a garotada de 15 anos cantando, por exemplo, Sonífera Ilha.
— Esse pessoal nem sonhava em nascer quando ela foi composta. Então, acho que a nossa música tem essa força, essa contundência que acaba sensibilizando as pessoas através das gerações. É muito comum nos nossos shows a gente ver avó, mãe e neta. E isso é um grande prazer. Estamos esperando encontrar, no futuro, as bisnetas também — diz o músico.
E esse futuro dito acima é a busca eterna dos Titãs, incansáveis — o público já chama a atual formação do grupo de Trio de Ferro. Exemplo é que, assim que a banda coloca um novo projeto na rua, já começa a pensar no próximo passo, sem ficar muito tempo curtindo o sucesso.
— Acho que essa é uma das razões de a gente ter feito tantos discos interessantes. A gente está sempre querendo criar novos desafios, se propondo novos projetos. Estamos comemorando os 40 anos agora, fazendo essa turnê do Trio Acústico, em que a gente lembra essas glórias todas do passado. Mas alternamos isso com a gravação de um disco com músicas inéditas — revela Bellotto.
O álbum está sendo gravado em um estúdio em São Paulo. O disco, que terá 15 faixas, trará um rock pesado e deve ser lançado no segundo semestre. Além de ser um marco importante, pois vem justamente quando a banda completa 40 anos, esse trabalho comprova que os Titãs não querem viver apenas de passado, mas, sim, levar tudo o que já foi feito em direção ao futuro, sempre somando, em um equilíbrio perfeito.
— Esse é o nosso destino — completa Bellotto.
Titãs Trio Acústico
Porto Alegre
- Quando: 25 de junho, sábado, às 21h
- Onde: Teatro do Bourbon Country (Avenida Túlio de Rose, 80)
- Ingressos: uhuu.com ou bilheteria do teatro de segunda a sábado, das 13h às 21h.
Novo Hamburgo
- Quando: 26 de junho, domingo, às 20h
- Onde: Teatro da Feevale (Universidade Feevale, RS-239, 2755 - Campus II)
- Ingressos: bluetiket.com.br ou Papelaria Paper (Rua Joaquim Nabuco, 974 - Centro), de segunda a sexta-feira, das 8h30min às 18h30min. Sábado, das 9h às 17h.