Em meio a polêmica por conta do pagamento de um cachê, Gusttavo Lima afirmou nesta quinta-feira (26), por meio de sua equipe, que "não cabe ao artista fiscalizar as contas públicas". O contrato do cantor sertanejo para um show em São Luiz, no interior de Roraima, é alvo de uma investigação do Ministério Público naquele Estado. O município de 8 mil habitantes contratou Gusttavo Lima por R$ 800 mil.
"O valor do cachê do artista é fixado obedecendo critérios internos, baseados no cenário nacional, tais como: logística (transporte aéreo, transporte rodoviário etc), tipo do evento (show privado ou público), bem como os custos e despesas operacionais da empresa para realização do show artístico, dentre outros fatores", consta na nota enviada pela assessoria do artista.
O show está marcado para dezembro, durante a 24ª edição da Vaquejada de São Luiz, evento tradicional do local. Em nota enviada ao g1, o prefeito do município, James Batista, afirmou seu compromisso com os recursos públicos e disse que "o evento trará receitas diretas para as contas do município, que permitirão o pagamento de todas as despesas".
"Não pactuamos com ilegalidades cometidas por representantes do poder público, seja em qualquer esfera. Toda contratação do artista por entes públicos federados, são pautados na legalidade, ou seja, de acordo com o que determina a lei de licitações", afirma ainda o texto da equipe do cantor.
A prefeitura tem um prazo de 10 dias para enviar mais informações sobre o show ao Ministério Público. Gusttavo Lima é conhecido por ser um dos artistas com cachês mais altos do país, chegando a cobrar R$ 1,2 milhão por apresentação.
O valor recebido pelo artista chamou atenção nas redes sociais após um usuário do Twitter comparar o cachê com a população do município. O valor é equivalente a 266 vezes o teto da Lei Rouanet.
"Cada habitante pagou cerca de R$ 100 para o show acontecer. Idosos, bebês, todos pagaram. Claro que não precisam de Lei Rouanet", escreveu, em referência a uma fala do cantor Zé Neto. Durante show pago com verba municipal em Sorriso (MT), o artista criticou a lei de incentivo à cultura.
— Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo — disse Zé Neto, parceiro de Cristiano.