A família da cantora Paulinha Abelha divulgou à revista Quem nesta quinta-feira (31) o laudo definitivo sobre a morte da artista, em 23 de fevereiro. A vocalista da banda de forró Calcinha Preta precisou ser internada na UTI em decorrência de complicações renais. Diferentemente do que se especulava, a morte da cantora não foi causada pelo uso de medicamentos com fins emagrecedores.
De acordo com o documento, Paulinha morreu por conta de um "processo infeccioso no sistema nervoso central". O parecer ainda destaca que a situação não se deu em decorrência do uso de medicamentos, nem prescritos durante sua internação, nem anteriores ao momento em que precisou de atendimento hospitalar, quando contava com o acompanhamento de uma nutróloga.
Na certidão de óbito da cantora, há o apontamento de quatro complicações de saúde que a levaram ao quadro irreversível: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite. O laudo divulgado nesta quinta ainda apresenta a hipótese diagnóstica de uma meningite. Anteriormente, um laudo preliminar feito no fígado de Paulinha identificou 16 substâncias, como anfetaminas e barbitúricos. O documento apontava para uma "injúria hepática induzida por medicamentos".
Confira o documento na íntegra:
"O presente parecer médico teve como objetivo apurar qual a patologia que motivou a internação e culminou com o evento morte da paciente Paula de Menezes Nascimento Leca Viana. De acordo com a documentação analisada, as lesões renais apresentadas pela paciente não possuem relação com uso de medicamentos. Baseado nos documentos médicos analisados, a lesão hepática não possui nexo causal com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera). Exames realizados (Liquor) evidenciam uma infecção em Sistema Nervoso Central, com a celularidade demonstrando a hipótese diagnóstica de uma Meningite.
Não foi evidenciado a presença de conduta médica inadequada durante sua internação Hospitalar (Hospitais UNIMED ou Primavera). O tratamento instituído pelos citados Hospitais seguiu o protocolo específico e bibliografia médica atual, porém, houve uma rápida evolução para o óbito. Os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera) não causaram lesões e/ou intoxicação na paciente, ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e o evento óbito.
Não há elementos para concluir que uma intoxicação alimentar desencadeou a patologia da paciente, porém, intoxicações alimentares podem causar lesões renal, hepática e cerebral, culminando em alguns casos com o óbito do paciente dependendo da gravidade da doença e a virulência do agente patológico. Não há elementos para estabelecer se a procura antecipada por atendimento médico neste caso poderia conter a evolução da doença. Contudo, a procura rápida por atendimento médico é na maioria dos casos o ideal para obter sucesso em um tratamento médico, porém, a evolução da patologia apresentada pela paciente foi rápida e incontrolável, evoluindo ao óbito. O óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa. São Paulo/SP, 31 de março de 2022. Dr. Nelson Bruni C. F".