João Bosco está de volta a Porto Alegre. Desde a sua última passagem pela cidade, em 2019, o mundo mudou, mas os seus clássicos permanecem como certezas em tempos de dúvidas. E, assim, munido de seus maiores sucessos, juntamente com o seu inseparável violão e de seu trio, o músico fará um show de reencontro com os gaúchos no Auditório Araújo Vianna (Avenida Osvaldo Aranha, 685), neste domingo (12), a partir das 21h.
Ao lado de Ricardo Silveira na guitarra, Guto Wirtti no baixo e Kiko Freitas na bateria, Bosco, que completou 75 anos em julho, apresentará para o público sucessos como O Bêbado e A Equilibrista, Papel Machê, Quando o Amor Acontece, Linha de Passe, entre muitas outras canções que fazem parte dos seus 50 anos de carreira, que se confunde com a trajetória de Aldir Blanc, seu parceiro em mais de uma centena de canções e que faleceu em maio de 2020, vítima da covid-19.
Na época, o músico que estará na Capital neste fim de semana escreveu um texto de despedida ao companheiro de trabalho e amigo de longa data, ressaltando que "não existe João sem Aldir. Felizmente nossas canções estão aí para nos sobreviver". Bosco também garantiu que levaria o legado do parceiro adiante: "Perco o maior amigo, mas ganho, nesse mar de tristeza, uma razão pra viver: quero cantar nossas canções até onde tiver forças. Uma pessoa só morre quando morre a testemunha. E estou aqui pra fazer o espírito do Aldir viver. Eu e todos os brasileiros e brasileiras tocados por seu gênio".
Cantar e estar no palco é uma forma de desabafo. Para ele e também para o público, ressalta.
— Estamos vivendo uma tempestade perfeita. Cantar é expressar algo que está trancado. Qualquer coisa que proporcione uma pequena fuga deste mundo que estamos vivendo fará bem à saúde de todos — disse em entrevista recente ao jornal O Globo.
O trabalho mais recente do artista mineiro é o disco Abricó-de-Macaco, de 2020. A música que dá título à obra, por sinal, venceu o Grammy Latino de melhor canção em língua portuguesa. No álbum, que conta com 16 faixas, apenas duas são inéditas — uma delas, é a premiada. Porém, o artista consegue recriar as suas próprias canções — três delas, feitas em parceria com Aldir Blanc — e, assim, entregar algo novo em cima de clássicos criados há décadas.
Transitando pelos mais diferentes gêneros, João Bosco, no show ao lado do seu trio, também apresentará interpretações de sucessos de outros colegas da música, assim como as suas mais recentes composições. Os ingressos podem ser adquiridos no site do Sympla, a partir de R$ 75.