Morreu nesta segunda-feira (4), aos 73 anos, o compositor, escritor e cronista Aldir Blanc, após uma infecção generalizada em decorrência do coronavírus. Ele estava internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro, desde o dia 15 de abril, onde permaneceu sedado o tempo inteiro devido à gravidade do estado de saúde.
Nascido em 2 de setembro de 1946, Aldir Blanc Mendes escreveu cerca de 500 canções ao longo de seus 50 anos de carreira e se tornou um dos principais compositores da música popular brasileira (MPB). É dele a autoria de O bêbado e a equilibrista, escrita em parceria com João Bosco e que se tornou um hino pela campanha da anistia na voz de Elis Regina.
As primeiras letras dele que se destacaram, no entanto, apareceram em festivais ainda nos anos 1960. O sucesso veio com Amigo É pra Essas Coisas, parceria com Silvio da Silva Jr. que ficou em segundo lugar no Festival Universitário de 1970. Nessa época, ele chegou a integrar o Movimento Artísticos Universitário (MAU), ao lado de nomes como Ivan Lins e Gonzaguinha.
Antes de se dedicar apenas à música, Aldir Blanc chegou a ingressar na faculdade de medicina, mas abandonou o curso em 1973. Nesse mesmo ano, Elis Regina gravou outras composições da dupla Bosco e Blanc, como O Caçador de Esmeralda e Cabaré e Comadre.
Outras composições conhecidas são Bala com Bala, Dois pra Lá, Dois pra Cá, O Mestre-Sala dos Mares, De Frente Pro Crime, Caça à Raposa e Resposta ao Tempo (parceria com Cristóvão Bastos que fez sucesso na voz de Nana Caymmi). Guinga e Moacyr Luz foram outros de seus grandes parceiros.
Blanc também era cronista e publicou diversos livros, entre eles Rua dos Artistas e Arredores (Ed. Codecri, 1978), Porta de tinturaria (1981), Brasil passado a sujo (Ed. Geração, 1993) e Um cara bacana na 19ª (Ed. Record, 1996).
Nas redes sociais, personalidades da música, da literatura e fãs manifestaram pesar pela morte de Aldir: