Por volta das 8h30min deste sábado (6), a Força Aérea Brasileira (FAB) iniciou as investigações sobre o acidente que vitimou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas. A informação foi divulgada pela FAB por meio das redes sociais.
No local do acidente, na serra de Piedade Caratinga, município pequeno de Minas Gerais, próximo a Caratinga e a pouco mais de 300 quilômetros de Belo Horizonte, investigadores do 3º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA III) iniciaram a apuração.
Segundo a FAB, no local, os agentes irão identificar "indícios, fotografar as cenas, retirar partes da aeronave para análise, ouvir relatos de testemunhas, reunir documentos". Não há previsão para o encerramento da ação. A FAB esclarece que a duração dependerá da complexidade da ocorrência.
O tenente-coronel aviador Oziel Silveira, chefe do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), do Rio, foi destacado para liderar a apuração. Em entrevista concedida próximo ao local do acidente, na manhã deste sábado, ele informou que aeronaves como a que caiu não têm caixa preta, mas os proprietários podem optar por incluí-la.
No entanto, as condições do local do acidente atrapalhavam o acesso dos peritos. O avião caiu sobre um curso d'água. Havia risco de a aeronave ser deslocada. Os peritos consideravam a possibilidade de transferi-la para fazerem a investigação em outro local.
Sediado no Rio de Janeiro, o SERIPA III é um órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) da FAB. Segundo o órgão, o objetivo das apurações é prevenir que novas ocorrências com características semelhantes ocorram.
O acidente
Marília Mendonça saiu de Goiânia, em Goiás, para se apresentar em Caratinga, interior de Minas Gerais, quando o avião em que viajava com a equipe caiu, por volta das 15h de sexta-feira (5).
Na aeronave, um bimotor que fazia táxi aéreo, além de Marília e o seu tio, Abicieli Silveira Dias, estavam o produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e o copiloto Tarciso Pessoa Viana.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disse que a aeronave atingiu um cabo de uma torre de distribuição da empresa antes do acidente. As informações confirmam relatos de pilotos que sobrevoaram a região e de testemunhas de que o avião "rasgou" os fios de alta tensão ligados a uma torre próxima ao local.
De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave era um PEC Táxi Aéreo, modelo C90A e fabricada em 1984. Sua situação de aeronavegabilidade (condições para voo) é "normal" e o certificado foi emitido ainda em agosto do ano passado.