Zé Ramalho se juntou a Maria Rita, Guilherme Arantes e Guarabyra na debandada do novo álbum de Sérgio Reis. Na última sexta (20), o sertanejo foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal que investiga grupo por ameaças à democracia e promoção de atitudes violentas pelas redes sociais.
Em nota divulgada à coluna de Acelmo Gois, a equipe de Zé Ramalho anunciou que o cantor desautorizou o uso de uma música. "Embora o artista tenha participado como convidado na gravação da canção Admirável Gado Novo, no disco do cantor Sérgio Reis em maio de 2019, agora em 2021 a gravação perdeu o sentido e tanto o compositor quanto sua editora não autorizarão a utilização da obra."
O álbum foi anunciado em maio, com lançamento previsto para o segundo semestre de 2021. A ideia era fazer uma obra com sucessos de MPB em parceria com artistas convidados. Antes da polêmica, Sérgio Reis também havia confirmado as participações de Paula Fernandes e Anastácia.
Em áudios divulgados na semana passada, Sérgio Reis é ouvido incitando caminhoneiros a "trancarem" o país para pressionar pela saída dos ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes do STF — alvo constante do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de quem Reis é aliado.
Já no último fim de semana, o artista divulgou um vídeo em que afirmava que os caminhoneiros e agricultores iriam organizar um movimento entre os dias 4 e 6 de setembro para "salvar o país". Durante a semana, Sérgio Reis disse que estava arrependido, mas que não tem medo de ser preso.
— Se não fizer uma paralisação, não muda este país. Não sou frouxo. Não sou mulher. Cadeia é para homem. Eu não saí daqui de casa. Estou aqui em casa quietinho. Se a (Polícia) Federal vier me buscar, eu vou. Não matei ninguém. Não prejudiquei ninguém. Nunca falei mal de nenhum ministro — afirmou.