O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a instauração de inquérito solicitado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para investigar o cantor Sérgio Reis, o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ) e outras oito pessoas. Além disso, o magistrado determinou oitivas dos investigados logo após a realização de buscas e apreensões, cumpridas nesta sexta-feira (20).
Moraes definiu ainda que os investigados não podem se aproximar a menos de um quilômetro da Praça dos Três Poderes, em Brasília, e dos ministros do STF e dos senadores. "A presente restrição somente não se aplicará ao deputado federal Otoni Moura de Paulo Júnior, em razão da necessidade do exercício de suas atividades parlamentares", diz a decisão.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, entre os outros investigados estão o cantor Eduardo Oliveira Araújo, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como "Zé Trovão", e o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, Antonio Galvan.
Alvos de operação
A Polícia Federal cumpriu, na manhã desta sexta, 13 mandados de busca e apreensão em operação que tem entre os alvos Sérgio Reis e Otoni de Paula. Os mandados foram expedidos por Moraes, a pedido da PGR, no âmbito das investigações sobre ataques a instituições.
A ação da PF ocorreu em seis Estados — Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná — e no Distrito Federal. Segundo a corporação, o objetivo é apurar "o eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições, bem como contra os membros dos Poderes".
Nesta semana, após vir a público um vídeo em que convocava caminhoneiros para um protesto no dia 7 de setembro contra o STF, Sérgio Reis passou a ser investigado em inquérito aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal. O artista também é alvo de uma representação assinada por 29 subprocuradores gerais da República.