Membros dos Sex Pistols, lendária banda punk dos anos 1970, deram início a uma batalha na Suprema Corte de Londres nesta quinta-feira (15) a respeito do uso de suas músicas em uma série de televisão sobre o grupo.
O guitarrista Steve Jones e o baterista Paul Cook processaram o vocalista do grupo, Johnny Rotten, que é contra o uso das músicas da banda em Pistol. A série, que deve ser lançada em 2022, é dirigida pelo cineasta britânico Danny Boyle e baseada nas memórias de Jones.
Em entrevista ao Sunday Times em abril, Rotten, descreveu a produção como sendo "a merda mais desrespeitosa". Ele também afirmou que só cederá se for obrigado pela Justiça.
O advogado de Jones e Cook, Edmund Cullen, disse que, conforme os termos de um acordo de 1998 entre os membros do grupo, as decisões de licenciamento devem ser tomadas "pela maioria dos votos". A questão consiste em determinar se Rotten está violando este acordo ou se, como ele afirma, as licenças não podem ser concedidas contra sua vontade.
Em suas observações por escrito, Cullen enfatiza que o caso diz respeito apenas a Johnny Rotten, uma vez que Glen Matlock, um membro original da banda que foi substituído em 1977 por Sid Vicious, morto em 1979, e os beneficiários deste último apoiam a posição de seus clientes.
O ex-advogado do líder do grupo, Mark Cunningham, afirma que, de acordo com seu cliente, o livro a partir do qual a série é adaptada o apresenta "sob uma luz hostil e nada favorável". Em apoio à sua afirmação, ele citou uma passagem da obra de Steve Jones que diz: "Quanto ao pirralho incômodo de grande estrutura óssea que sempre quer mais... vamos deixar Johnny Rotten fora disso por um tempo, ok? Ele deu sua opinião algumas vezes. Talvez o suficiente. Agora é a minha vez".
O grupo punk, que se formou em 1975 e se separou em 1978, já se reuniu várias vezes no palco, a mais recente em 2008. O julgamento sobre a utilização das músicas durará até a próxima semana.