O cantor e ativista colombiano Junior Jein foi morto a tiros na madrugada desta segunda-feira (14) por dois homens que o atacaram em uma boate na cidade de Cali, segundo as autoridades do país.
Harold Angulo, seu nome de batismo, tinha 37 anos e, em 2020, havia gravado a música Quién los mató ao lado de outros artistas, em homenagem aos jovens mortos nos massacres que eclodiram na Colômbia após o acordo de paz de 2016. Paradoxalmente, no vídeo dessa música, Junior Jein aparecia em um caixão no meio de uma plantação de cana-de-açúcar.
Por volta da meia-noite de domingo (13), dois homens, que já estão sob custódia das autoridades, atiraram contra o cantor na boate em que ele estava com outras pessoas.
— Embora tenha sido transferido para uma clínica, morreu em consequência dos ferimentos — disse a polícia. Uma mulher foi ferida na perna durante o ataque.
Autoridades detiveram os dois supostos agressores com um fuzil e uma pistola 9 mm. Um deles pertencia às extintas Farc, guerrilha que abandonou as armas em 2016, informou o comandante da polícia de Cali, Juan Carlos León. O oficial declarou à imprensa que não sabe se Jein recebeu ameaças, e que os motivos do assassinato serão investigados.
A morte do artista prejudica ainda mais a situação da segurança em Cali, foco dos protestos que eclodiram em 28 de abril em rejeição ao governo do presidente Iván Duque. Jovens saíram às ruas contra intenção do governo de aumentar os impostos em meio à pandemia.
Embora o presidente tenha retirado a proposta, a repressão desencadeou um movimento de protesto sem precedentes, que já deixa 61 mortos. Somente em Cali, houve 18 mortes na primeira semana de manifestações.