O 10º álbum da carreira de Silva, o quinto de inéditas, é apresentado pelo músico capixaba de 32 anos como o disco que “salvou” sua cabeça durante a pandemia. Com mistura de ritmos e variadas referências sonoras, Cinco é o trabalho que mais se aproxima da influência da bossa nova na carreira do cantor e compositor, um dos destaques da nova geração da música popular brasileira. Disponível nas plataformas digitais, o álbum com 14 faixas viaja da MPB ao soul, do jazz ao samba. O disco foi inteiramente produzido e mixado por Silva, ao longo de cinco meses.
— A música é o meu chão. É onde eu encontro sentido para as coisas e para esse mundo tão controverso. Fazer música, em sua grande diversidade de sentidos e significados, é a minha razão de viver. Cinco representa um novo ciclo em minha identidade como pessoa e artista. Sendo assim, é muita coisa. Esse foi o disco ao qual eu tive mais tempo de me dedicar, produzindo tudo passo a passo, por muitos meses — afirma o cantor em entrevista online.
Sobre o processo de produzir o disco em tempos de pandemia, Silva afirma que pôde, como nunca, focar seu trabalho faixa a faixa, como gosta, sem correria.
— E o resultado é esse álbum que muito me orgulha. Espero que meu disco inspire e emocione, que tire qualquer eventual poeira dos olhos das pessoas, para que possam ver que a vida, mesmo quando dura, vale ser vivida com leveza e beleza. Consegui um resultado mais refinado do que conseguiria normalmente. Achei muito interessante o processo de produzir esse disco desse modo — diz Silva.
Em faixas como Passou Passou, primeiro single do álbum, lançado em outubro, ele flerta com o ska. Outro destaque do disco, Sorriso de Agogô mistura samba com MPB, em uma cadência que vem caracterizando algumas das canções do eclético artista. Já No Seu Lençol promove um interessante diálogo com o reggae.
Silva explica o título do projeto:
— Cinco sou eu, Silva, com cinco letras, e Lúcio (seu primeiro nome), também com cinco letras. É mãe Oxum a me lavar com suas águas, é o número de vezes que já me apaixonei, e é as vezes em que fui a Salvador no último ano. Não decidi o nome do meu disco por isso, mas achei maravilhoso quando soube.
Anitta, João Donato e Criolo são os parceiros da vez de Silva, que já tocou e cantou com Fernanda Takai e Lulu Santos, prestou tributo e gravou com Marisa Monte e fez dueto com Ludmila e Ivete Sangalo.
— Fiquei muito feliz em juntar esses universos, é uma coisa que acredito muito. É uma junção improvável, nunca fui muito de grupos. Sair dessa história de grupos, nichos, tira a gente do óbvio. E não pensei de um jeito marqueteiro, pensei em juntar coisas que não são óbvias — finaliza o cantor.