Ir a um drive-in ou assistir a uma apresentação de Frank Sinatra podem soar como programas de décadas passadas, mas é 2020, e pode-se dizer que será possível curtir as duas atrações em Porto Alegre, na noite deste sábado (25). Isso porque o cantor porto-alegrense Gustavo Bing irá encarnar "A Voz" no show Sinatra 1915 Tribute, que será realizado no formato drive-in no estacionamento 4 do Aeroporto Salgado Filho.
O show integra a programação do Drive-in Air Festival, que é promovido em parceria pelo Grupo Austral, pela Arca Entretenimento e pela Fraport. Alinhado na vestimenta e na aparência de Sinatra, Bing sobe ao palco acompanhado de oito músicos (naipe de sopros, baixo, guitarra e piano), que devem seguir os protocolos de distanciamento.
O artista cantará clássicos eternizados na voz do cantor americano, que morreu em 1998 (ano de nascimento do intérprete gaúcho) — Fly Me to The Moon, Come Fly With Me, My Way e New York, New York estão confirmadas no repertório. Bing acrescenta que também estão previstos tributos a outros artistas que Sinatra gostava de homenagear, como a banda Beatles.
Será a primeira apresentação deste ano do espetáculo Sinatra 1915 Tribute. Bing ressalta que um show no formato drive-in é um desafio novo, algo que não se imaginava antes. Porém, a expectativa do cantor é otimista.
— É incrível esta oportunidade de trazer entretenimento e diversão para as pessoas de forma 100% segura. Acho que é uma forma que veio para mostrar que as pessoas podem se divertir com segurança e responsabilidade. Será bacana ver a galera buzinando em vez de bater palmas (risos) — comenta.
Com 21 anos e também cursando Administração, Bing conta que sua relação com a música começou desde cedo, sempre incentivado pelos seus pais. Há um registro em vídeo dele cantarolando com apenas dois anos, quando nem sabia falar direito. Na adolescência, chegou a participar do coral da escola e a ter banda de rock. Seu fascínio por Frank Sinatra começou inspirado em outra cantora.
— Em 2015, eu fiquei apaixonado pela Amy Winehouse. Me encantava pela forma com que ela transmitia energia e colocava o coração ao cantar. E a Amy era muito fã do Sinatra. Isso chamou minha atenção. Comecei a escutá-lo um pouco mais. E esse presente que a Amy me deu: o interesse que desenvolvi pelo artista, de começar a ver o tão bom que ele era — recorda.
Já as interpretações de Sinatra começaram nas aulas que fazia na Escola de Canto de Porto Alegre. O proprietário do espaço, o baixista Samy Cassali, interessou-se para performance do cantor e o convidou para realizar um tributo que passaria a se chamar Sinatra Sessions, no formato de quarteto. Após algumas apresentações, o empresário Matheus Possebon decidiu levar o projeto para outro patamar, formatando o Sinatra 1915 Tribute.
Para o tributo, Bing estudou profundamente o ídolo, chegando a viajar para os Estados Unidos. Por lá, visitou o prédio da Capitol Records, em Los Angeles, onde o cantor americano gravou seus discos.
— Fiz uma experiência imersiva para entrar na vida de Sinatra. A ideia era entender como ele interpretava, o que sentia, como funcionava — explica.
Nesses estudos, Bing percebeu que há mais para se admirar em Sinatra do que seu inegável talento como cantor:
— Além do monumento que Sinatra foi e da forma magnífica e com facilidade que interpretava as músicas, o que também faz eu ter a paixão por interpretá-lo é a perseverança. Ele sempre foi atrás. É impressionante o vigor que o Sinatra tinha, a vontade de fazer acontecer, botando o coração. Essa determinação é algo que me inspira muito.
Quatro músicas do show
"Fly Me to The Moon"
Escrita por Bart Howard em 1954, ganhou uma versão de Sinatra 10 anos depois. Pela voz do intérprete, a música ficou associada às missões espaciais do Programa Apollo, que tinha como objetivo levar o homem à lua.
"Come Fly With Me"
Composta por Jimmy Van Heusen e escrita Sammy Cahn, a música foi feita especialmente para Sinatra. A faixa aparece pela primeira vez no disco de 1958 que leva o nome da canção. Na letra, um rapaz apaixonado convida a amada para uma viagem por lugares tidos por ele como "exóticos" — Mumbai (Índia), Peru e Acapulco (México).
"My Way"
Escrita pelo francês Jacques Revaux, a primeira versão da música data de 1967 e se chamava For Me. A canção se tornaria Comme d'habitude e entraria no repertório do cantor francês Claude François. Em visita a Paris, o compositor Paul Anka se interessou pela música e comprou os direitos autorais. Ele reescreveu a letra e ofereceu ao produtor de Sinatra. O intérprete americano lançou sua versão em 1969.
Na versão em francês, a música fala de um casal em crise por causa da rotina, enquanto na letra repaginada por Anka há uma pessoa realizando um balanço de sua vida.
"New York, New York"
Trata-se da música-tema do filme New York, New York (1977), de Martin Scorsese. No longa, Liza Minnelli interpreta a canção. Composta por John Kander e Fred Ebb, a faixa ganhou uma versão de Sinatra que seria lançada em 1980. Ao longo do tempo, a canção se tornou bastante utilizada para celebrar Nova York.
"Sinatra 1915 Tribute""
Sábado (25), no estacionamento 4 do Aeroporto Salgado Filho (Av. Severo Dullius, 800 - São João). Horários:
- 18h — Abertura dos portões + DJ Lê Araújo
- 20h — Show abertura: Gustavo Fallavena
- 21h30min — Sinatra 1915 Tribute
- 23h — DJ Lê Araújo
- 00h — Encerramento
> O evento seguirá previsto em caso de chuva.
Ingressos
Entre R$ 80 e R$ 280 pelo site do evento. O ingresso é válido por carro e é permitido até quatro pessoas do mesmo convívio no veículo.
Informações sobre Drive-in Air Festival
- A organização do evento informa que todos os protocolos de segurança, saúde e higiene serão seguidos;
- Bebidas e alimentos serão comercializados no local. Os pedidos serão feitos via QR Code instalados nos carros;
- Só será permitido o acesso com carros de passeio fechados. Não será possível o acesso com motos, carros conversíveis, vans, micro ônibus, entre outros similares;
- Assim como as solicitações de alimentos e bebidas, as saídas para ir ao banheiro deverão ser feitas também pelo QR Code instalado no carro.
Dicas de higienização*
- Não saia do carro. Dentro dele, não é preciso utilizar máscara, desde que os outros bancos sejam ocupados por pessoas do convívio no isolamento.
- Ao tocar em qualquer superfície externa, fazer a higienização com álcool gel.
- Evitar aglomeração na hora de ir ao banheiro.
- Após utilizar o vaso sanitário, lavar bem as mãos.
- Não levar as mãos aos olhos e à boca.
* Indicações de André Luiz Machado, infectologista do Hospital Conceição.