É uma tradição anual: desde 2013, o violonista Yamandu Costa volta ao Estado e se apresenta no StudioClio para celebrar seu aniversário (em 24 de janeiro), tocar novas músicas, rememorar seus clássicos – inclua aí Samba pro Rafa, El Negro del Blanco e Brejeiro –, contar histórias de suas composições e conversar com o público. Só há o músico no palco, bastante próximo dos espectadores. Ou seja, é o show Íntimo.
Desta vez, Yamandu se apresenta no StudioClio de quinta-feira (23) a sábado (25), sempre às 21h. Os ingressos para os dois primeiros dias estão esgotados. Para o instrumentista, essas apresentações no centro cultural servem como uma maneira de abraçar sua terra.
— Não são apenas concertos, há toda uma ligação afetiva com Porto Alegre. É como se fosse comer um xis no Cavanhas, ir ao Garcias (churrascaria) tomar uma sopa. Uma maneira de ficar mais perto das minhas raízes — conta o instrumentista, natural de Passo Fundo.
Um dos maiores violonistas do Brasil, Yamandu segue se expandido por rincões mundo afora. No final de 2019, ele se mudou do Rio de Janeiro para Lisboa, Portugal.
— Minha carreira está me levando embora, como me levou embora do Rio Grande do Sul. É natural, as coisas estão acontecendo bastante lá — destaca.
Além das motivações profissionais, Yamandu também levou em conta questões familiares para a mudança de ares. Segundo o instrumentista, ele quer que seus filhos – Horácio, seis anos, e Benício, oito – tenham a oportunidade de viver outra realidade, integrando o ensino público, o que ele qualifica como uma vida mais real.
— Aqui no Brasil é um exagero, seja de um lado ou de outro: ou as pessoas não têm condições ou se cria os filhos dentro de uma jaula dourada — sublinha.
Próximos acordes
Na capital portuguesa, o músico está montando um estúdio, que já conta com gravações programadas para os próximo meses.
— Há gente do Brasil que irá gravar comigo, há discos que quero fazer com músicos europeus. Tem muita coisa engatilhada — relata.
Yamandu contabiliza três discos para serem lançados em 2020. Ele prevê que o primeiro álbum deva sair nos próximos dias. Intitulado Nashville 1996, trata-se de um registro ao vivo de sua apresentação na cidade americana quando tinha 17 anos.
— Foi uma experiência incrível, era muito novinho. Foi a minha primeira viagem ao estrangeiro — pontua.
Em abril, ele deve lançar um disco de música caribenha com o multi-instrumentista mineiro Marcelo Jiran:
— É um disco muito leve, com um repertório para dançar, despretensioso de conceito. Tocamos bolero, salsa e chá-chá-chá.
Por fim, também está previsto um disco de Yamandu com o acordeonista gaúcho Bebê Kramer para o começo do segundo semestre. No entanto, por conta das plataformas de streaming, ele não descarta lançar ainda mais álbuns ao longo do ano.
— O mundo digital pulveriza os lançamentos. Para pessoas que são ansiosas como eu, que produzem muito, é uma época perfeita — pontua.
Yamandu Costa - Íntimo
- Quinta, sexta-feira e sábado, às 21h, no StudioClio (José do Patrocínio, 698).
- Ingressos a 170 (solidário) e R$ 320 (inteiro).
- Pontos de venda: StudioClio, Livraria Bamboletras (Av. Gal. Lima e Silva, 776) e pelo site sympla.com.br.