Herdeiro do icônico festival de Woodstock, que completou 50 anos em 2019, o Morrostock entra na sua 13ª edição mantendo-se fiel à receita riponga de paz, amor, natureza e música. Entre quinta-feira e domingo, cerca de 1,5 mil pessoas voltarão a se reunir no Balneário Ouro Verde, em Santa Maria, para reviver essa utopia. A maioria ficará por lá, acampando e curtindo o clima de integração do evento que faz questão de não ter camarotes nem pista VIP.
Um dos festivais de música mais importantes do Estado, o Morrostock já apresentou Os Mutantes (2017), Cordel do Fogo Encantado (2018) e O Terno (2015). Neste ano, Céu e Nação Zumbi são as grandes atrações entre mais de 40 shows, além de oficinas, feira e outras atividades. A cantora paulista dona de dois Grammys Latinos mostra o show inédito do disco APKÁ!, lançado em setembro (no dia 21/11, ela estará no Opinião, em Porto Alegre). Já a Nação Zumbi, confirmada depois do cancelamento de Liniker e os Caramellows, deve tocar as músicas de Radiola NZ (2016) e os hits que acumula desde os anos 1990.
Ao longo de 13 anos, o Morrostock passou por grandes transformações: trocou de local, chegou a durar mais de uma semana, tornou-se mais sustentável – orgulha-se de ter banheiros ecológicos e composteiras – e passou a priorizar a diversidade no line-up. Seu idealizador, Paulo Zé Barcellos, explica que o festival acompanha a evolução da sociedade:
– Metade das atrações são artistas mulheres ou bandas que contam com pelo menos uma mulher. É uma prioridade da curadoria contemplar não só bandas com homens brancos cis, mas também negros e LGBT. O festival se atualiza de acordo com o tempo.
Desde o início, o Morrostock apostou em nomes independentes locais, brasileiros e até internacionais. Mas as primeiras edições eram dominadas pelo rock gaúcho, cena masculina e branca que hoje parece parada no tempo.
O rock ainda marca presença, especialmente na vertente psicodélica de bandas como Nação Zumbi, Bike e La Leuca. Mas há várias atrações alinhadas à música eletrônica, como Glue Trip, No Porn e ATR, e à MPB, onde a presença feminina aparece com força em Mulamba, Jordana Henriques, Dandara, Cores de Aidê e outras. O caldeirão musical inclui ainda reggae, funk, blues e Carnaval.
– A maioria é desconhecida. O Morrostock aumenta o número de fãs das bandas – ressalta Barcellos, que também é baterista da Bandinha Di Dá Dó, atração de domingo.
O festival é independente e, apesar de não contar com leis de incentivo e depender da bilheteria, fará sua maior edição em quatro anos. O segredo, para Barcellos, é a possibilidade de escapar do cotidiano:
– Acredito que as pessoas querem cada vez mais o que a gente oferece, que é esse escape para um mundo paralelo, com quatro dias para recarregar energias, se livrar do estresse, curtir música, natureza e arte.
13º Morrostock
- De quinta-feira até domingo (14 a 17 de novembro de 2019)
- Balneário Ouro Verde (Estrada Municipal Norberto José Kipper, s/nº), em Arroio Grande, Santa Maria.
- Ingressos: R$ 220 (meia-entrada) e R$ 240 (entrada solidária) à venda em sympla.com/morrostock, Back in Black Shopping Total (Av. Cristóvão Colombo, 545, 2º andar), Marquise 51 (Av. Cristóvão Colombo, 51), em Porto Alegre, e Café Cristal (Rua Doutor Alberto Pasqualini, 139), em Santa Maria.
- Informações e programação completa: morrostock.com.br.
- Classificação: livre. Menores de 16 anos somente acompanhados dos pais. De 16 a 17 anos, com autorização registrada em cartório e acompanhado de um responsável. Gratuito para crianças de até nove anos.
- O evento será realizado mesmo com caso de chuva.
Destaques da programação
Quinta-feira
- 22h15min - ATR (SP)
- 0h30min - Céu (SP)
- 3h - André Prando (ES)
Sexta-feira
- 17h - Quarto Ácido (RS)
- 22h - Jaloo (PA)
- 20h - Mc Tha (SP)
- 0h - Nação Zumbi (PE)
- 2h30min - No Porn (SP)
Sábado
- 22h - Bike (SP)
- 0h - Mulamba (PR)
- 1h - La Leuca (SC)
- 2h - Glue Trip (PB)
- 3h - Supervão (RS)
Domingo
- 13h - Bandinha Di Dá Dó (RS)
- 14h - Orquestra Greiosa (RN)
- 15h30min - Bloco da Laje (RS)