Artista que atrai multidões em Porto Alegre (em 2013, chegou a fazer três shows em quatro dias na Capital, tamanha a procura por ingressos), Nando Reis apresenta seu novo espetáculo, neste sábado (8), no Auditório Araújo Vianna. Na turnê Esse Amor Sem Preconceito, baseada no seu novo trabalho de estúdio, Não Sou Nenhum Roberto, mas às Vezes Chego Perto, Nando apresenta versões de um dos ícones da música brasileira, Roberto Carlos, passeando por canções gravadas pelo Rei de 1971 a 1994.
No repertório, que foi previamente submetido ao Rei, Nando interpreta sucessos como De Tanto Amor, Todos Estão Surdos e Amada Amante, que aparecem no novo show. Do plano original, ficou de fora do disco e do show Detalhes, que não foi aprovada por Roberto. Se em parte do espetáculo Nando agradará aos fãs da obra de Roberto, na outra ele contempla obras de sua carreira solo, como Luz dos Olhos e Relicário, e ainda passeia por canções do período dos Titãs, como Marvin. Por telefone, Nando conversou com Zero Hora:
Qual a expectativa para o show, já que suas apresentações, historicamente, sempre lotam em Porto Alegre?
Já fiz muitos shows aí, cerca de 40. Antes de eu sair dos Titãs (em 2002), tinha feito uns show solo na Casa de Cultura Mario Quintana. Tenho o maior amor por essa cidade. O último show que fiz aí, em 2018, no Araújo Vianna, estava lotado. No final, quando toquei Rock’n Roll, todo o auditório aplaudiu de pé, coisa que nunca tinha acontecido na minha carreira. Tenho um filho gaúcho, gravei um MTV Ao Vivo no Opinião (em 2004). Tenho histórias bizarras, boas e tristes aí. Porto Alegre é uma cidade que tem uma marca para mim. Tocar aí é muito foda.
E como foi gravar canções do Roberto Carlos?
Foi um desafio! Todo o processo levou uns três anos, entre pensar, decidir, maturar, entrar em estúdio e gravar. E posso te dizer que foi um dos discos mais prazerosos que fiz na vida. Um dos raros discos que eu tenho prazer em ouvir depois do lançamento, coisa que não acontece comigo. E fico pensando: “Será que é porque as músicas não são minhas?” Enfim, nunca vou saber. Mas identifico nesse disco uma coisa que me agrada muito: fiquei satisfeito com a resolução dos arranjos. E é sempre bom lembrar que esse trabalho enfoca a discografia do Roberto, e não só ele como autor. O que me agrada nele é que tem uma coesão enquanto artista. Para mim, fazer discos é tudo, é pensar na capa, na ordem das músicas, nos arranjos e tudo mais.
E como foi seu contato com o Roberto, para que ele liberasse as gravações?
Eu já imaginava que tudo que envolvia o Roberto era assim. Ele é um cara criterioso para a liberação de uma obra sua. A lista inicial de músicas, com 13 faixas, tinha Detalhes, que eu tive a intuição, de alguma maneira, que ele não liberaria. De fato, não liberou. E também tinha De Tanto Amor, que pedi para ele reconsiderasse e ele reconsiderou. Foram meses de conversas, por meio do Dody (Sirena, empresário de Roberto Carlos). Um dia, eu e Roberto tivemos uma conversa longa por telefone, foi até engraçado, parece que ele não queria desligar, queria falar mais (risos). Depois, em outubro passado, fui a um show dele, e proseamos longamente no camarim.
Seu show, historicamente, mescla a obra solo com canções do período dos Titãs. Como as canções do Roberto entraram neste novo show?
Entraram “redondas”. O espetáculo ficou musicalmente fluente, muito pela maneira como as músicas foram arranjadas e pela maneira com que foram tocadas, algo que me permitiu cantá-las como se fossem minhas.
Nando reis – Esse Amor Sem Preconceito
Sábado, a partir das 21h, no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685).
Ingressos entre R$ 140 e R$ 320, à venda na bilheteria do Teatro do Bourbon Country
(Av. Túlio de Rose, 80, das 13h às 21h), na bilheteria do Araújo Vianna, no sábado, a partir das 16h e em uhuu.com.