Rap, surf music, indie, punk rock, música latina, skates girando no ar e surfistas rasgando ondas. Assim, diverso e praieiro, sob céu anil e sol escaldante, está sendo o duplo festival de música ATS/Morrostock, que começou na tarde deste sábado (9) e vai até a noite de domingo (10), em Atlântida Sul, no Litoral Norte, onde um palco foi montado sobre o calçadão.
Apesar do público tímido nas primeiras horas da tarde deste sábado – a praia por sua vez estava abarrotada -, quem apareceu aprovou os shows. Franciele Borsatto, de 21 anos, foi com o namorado e um amigo para assistir ao Rafo, rapper de Osório, mesma cidade em que ela mora.
- A gente vem se divertir e prestigiar o pessoal aqui da região. Tu te divertes e não precisa gastar nada, o que é ótimo porque geralmente tudo na praia se gasta horrores – conta a jovem que, em casa, prefere ouvir sertanejo, gênero musical que não está na lista do festival, atestando a flexibilidade musical do ambiente.
Franciele voltará na tarde de domingo para o segundo dia de festival se, nas palavras dela, o dia estiver “maravilhoso” novamente.
Anna Porto, de 29 anos, veio de mais longe - também em busca de música, sol e mar. Depois de enfrentar, de Candelária até o litoral, um duro congestionamento que fez o trajeto durar cinco horas, Anna desfruta, com mais três amigas, do prazer de conhecer novos artistas e rever bandas preferidas.
– Eu vim para ver Cuscobayo e Baby Satanás (bandas que tocarão no domingo), gosto mais de rock. Mas igual tá muito massa o som. E as gurias vieram sem conhecer quase nada do que iria tocar, e é sempre uma experiência bacana – conta Anna, que é designer gráfica e está hospedada em um camping em Xangri-lá.
Para Anna, é a segunda vez no Morrostock – evento que já ocorreu mais de dez vezes, em diversos pontos do Estado. O ATS, organizado pela própria prefeitura de Osório, está na sua quarta edição e, nesta fusão com o Morrostock, acrescentou alguns ritmos, maresia, surfe e skate. Foram 18 inscritos para a disputa nas águas, enquanto oito pre-adolescentes e adolescentes se inscreveram para competir sobre rodinhas.
Iuri Kolling, de 22 anos, não tinha experiências anteriores nos dois festivais. Morador de Capão da Canoa, apareceu no evento “por toda a história do Morrostock, por ser tão perto e pelo astral”. Músico, ele tem preferência pelo baião e pelo rock progressivo. Das 15 bandas e artistas previstos para os dois dias, ele conhece apenas um, o que lhe motiva ainda mais a comparecer ao evento e descobrir novos sons. Ele, inclusive, defende a congregação de gêneros musicais
- Música, para mim, é vida. Nosso país está precisando de cultura e arte, abrir a mente da população. Esse negócio de dividir não funciona bem em lugar nenhum. É melhor do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, como diria Raulzito – sorri Iuri.