Camila Cabello sabe dominar uma festa. Essa teoria foi comprovada na noite desta quinta-feira (11), no Pepsi On Stage, quando a cantora cubana levantou o público - em sua maioria adolescentes - no Z Festival. O evento ainda recebeu a DJ Sabrina Bastos, Zeeba e o gaúcho Vítor Kley, além da carioca IZA e o duo Anavitória.
A primeira regra para agradar aos mais novos foi atendida: efeitos especiais. Dez minutos após o horário previsto para o show, às 21h55min, o telão exibiu um olhar sedutor de Camila com uma contagem regressiva, o que levou o público ao êxtase. A animação explodiu, então, com o hit Never Be The Same, que leva o mesmo nome da turnê, seguida por sua primeira interação:
— Porto Alegre, canta comigo? — arranhou a artista, em português bem fluente.
Os efeitos visuais foram um espetáculo à parte - que sempre interagiam com as canções do disco da cubana. Com direito a coreografia, Camila trouxe a agitada She Loves Control, colocando muita gente para pular. O fervo só diminuiu quando Camila decidiu se pronunciar, mais uma vez:
— Porto Alegre, sua maravilhosa! Sou secretamente meio brasileira. É meu primeiro show sozinha no Brasil, obrigado por esperar todo esse tempo, vocês são os melhores fãs do mundo!
A segunda regra para dominar a noite também foi seguida à risca: declarações amorosas. Entre uma musica e outra, a ex-integrante do Fifth Harmony dizia que os brasileiros “são lindos” e que ela estava “emocionada” de ver tanta gente em seu primeiro show sozinha no país.
O setlist da turnê internacional foi completo: Inside Out, Bad Things (gravada com o rapper Machine Gun Kelly), Consequences - cantada em coro - e All These Years vieram na sequência até chegar em uma das melhores partes da noite.
Fugindo do script - uma boa surpresa sempre faz bem -, Camila decidiu cantar Something Gotta Give. No telão, imagens de tanques de guerra sendo parados, protestos de grupos feministas e faixas em favor dos refugiados. No palco, a cantora fez uma performance reflexiva e pediu que seus fãs fizessem o sinal de paz com a mão.
A atitude foi aprovado pelo público, que prontamente gritou "ele não" - em referência a Jair Bolsonaro (PSL). Ela não ficou quieta:
— Não importa o que aconteça, sejam sempre carinhosos com as pessoas. Escolham sempre o amor e sejam sempre vocês mesmo, independente do que sejam.
Neste ritmo amoroso, Cabello cantou Scar Tissue e outras duas faixas muito aguardadas pelos fãs mais fervorosos, In The Dark e Real Friends. Esta última também foi incluída inesperadamente no setlist, levando os presentes a cantarem em coro. A cubana ainda empolgou com Know No Better (gravada com Major Lazer) e Into It.
A terceira e última regra, para concluir a noite com sucesso, foi impecável: festa. A cantora de 21 anos saiu do palco e retornou com a roupa um pouco mais solta para requebrar geral ao som de Sangria Wine. Por fim, os presentes gritaram sem parar durante a última performance: o hit Havana, que consagrou Camila entre os mais vendidos da Billboard norte-americana.
O visual praieiro e a coreografia bem ensaiada deixaram todos contentes com o resultado final. Camila, para fechar não poderia ter um discurso melhor às 23h15min, quando encerrou a apresentação:
— Você são os melhores fãs do mundo, obrigado!
Anavitória: show sem surpresas
Um dos shows mais calmos do Z Festival foi o de Anavitória. O duo apresentou as faixas da turne O Tempo É Agora e fez muitos adolescentes entrarem num clima mais romântico. Foram poucas vezes que o público realmente se animou com a performance.
Pontualmente às 20h25min, a dupla entrou no palco com vestidos de seda, uma de branco e outra de preto, tocando tambores. Com gritos de “olá Porto Alegre”, as garotas apresentaram Canção de Hotel em um palco com fundo estrelado.
Doi Sem Tanto e Porque Eu Te Amo vieram na sequência. Ana Caetano, então, fez as honras da casa:
— Ei Porto Alegre, que noite mais linda, vamos se amar muito, aproveitar. Temos o presente, então vamos fazer uma noite muito especial.
A seguir, o duo fez todo mundo cantar em coro o sucesso Fica. Singular também colocou a plateia dominada por adolescentes cantar junto, assim como o hit Trevo (Tu).
O show teve um momento romântico também, com varios casais abraçados ouvindo A Gente Junto, Cor de Marte e Agora Eu Quero Ir.
O tom conseguiu ficar um pouco mais intimista, quando um holofote iluminou Ana tocando teclado em Canção Carnaval e Cecilia. Calendário, na sequência, garantiu mais gritos de empolgação da plateia.
Chamego meu, Ai Amor, Outroria e O Tempo É Agora fecharam a apresentação das meninas. Com muitos aplausos, as cantoras deixaram o palco as 21h30min.
Ginga e animação no alto
Por volta das 19h, a carioca IZA deu continuidade ao evento. Com um colante preto repleto de peças prateadas, a cantora levantou os porto-alegrenses com Linha de Frente.
Os ânimos se levantaram com as performances de Ginga e Te Pegar. Após IZA apresentar Rebola, gravada com Gloria Groove, o público gritou “ele não”. A artista respondeu:
— Não mesmo.
A artista do hit Dona de Mim seguiu a apresentação com No ponto e cover de Bad Romance, de Lady Gaga. Depois se dedicou em uma homenagem a Alcione em Você Me Vira A Cabeça.
— Ela é uma musa inspiradora para mim — justificou.
Em seguida, um fã consegui atirar uma bandeira LGBT, prontamente pega pela artista. Com mais gritos de “ele não” da plateia, IZA aproveitou para apoiar a causa:
— Eu amo vocês, viu, vocês precisam lembrar que o amor vence tudo no final. Ninguém precisa ter medo, vai ficar tudo bem.
Para se encaminhar ao final da apresentação, IZA ainda levantou o público cantando trechos de O Sol, de Vitor Kley, e Havana, de Camila Cabello. A seguir, foi difícil não ver o público cantando animado: vieram as performances de Pesadão e Dona de Mim. A banda se despediu, com muitos aplausos.