Produzir um filme com a história do duo formado por Ana Caetano e Vitória Falcão foi ideia do empresário Felipe Simas, antes mesmo de as garotas lançarem o primeiro disco, Anavitória (2016). Mas foi apenas há oito meses, depois de as cantoras terem consolidado carreira na cena pop nacional e conquistado prêmios como o Grammy Latino de Melhor Canção Brasileiram com Trevo (Tu) – gravada em parceria com Tiago Iorc – que o longa começou a ganhar forma. Em cartaz em Porto Alegre a partir desta quinta-feira (2), Ana e Vitória, estrelado pelas próprias, é considerado por Simas uma ficção inspirada em elementos reais da vida das meninas de Araguaína (TO).
1) Início de carreira diferente
A comédia romântica musical escrita e dirigido por Matheus Souza (Apenas o Fim e Tamo Junto) narra a trajetória das gurias, ambas com 23 anos, de forma divertida, mesmo não sendo tão fiel ao que, de fato, as levou ao sucesso. Ainda que tenham se conhecido na escola, deram início à parceria musical quando já eram universitárias – Ana estudava Medicina, e Vitória cursava Direito. No passatempo de publicar no YouTube vídeos com interpretações de seus artistas preferidos, a dupla chamou a atenção de Simas ao cantar Um Dia Após o Outro, hit de Tiago Iorc, que também tem carreira gerenciada pelo empresário.
2) Ausência de Tiago Iorc
Ana e Vitória foram convidadas a gravar um EP produzido pelo próprio ídolo. No entanto, a influência do cantor na carreira das moças não é apresentada no filme, embora Iorc tenha ficado atrás das câmaras como responsável pela direção musical ao lado de Rafael Langoni Smith.
3) Trilha sonora
A trilha sonora traz canções inéditas compostas por Ana – duas foram feitas em parceria com Mike Tulio (do duo OutroEu) e uma teve participação de Iorc. Revezam-se nas interpretações Ana, Vitória e Cecília (personagem que apresenta a influenciadora digital Clarissa Müller). A primeira cena, um número com Canção de Hotel, antecipa ao público a característica musical do longa. Ao todo, nove músicas são exibidas.
4) Sexualidade
Questões amorosas são abordadas em um plano secundário. Entre reviravoltas típicas da juventude, Ana acredita em um amor para toda a vida, e Vitória busca um relacionamento livre de amarras. Parte da vida pessoal das jovens é apresentada dentro do viés amoroso, o que coloca em cena tabus sobre a sexualidade das meninas.
— O público pode esperar uma história muito linda, o amor contado de uma forma muito real, verdadeira e sensível. Acho que essa foi a máxima que a gente tentou passar no filme — comenta Vitória.
Diálogos engraçados e peripécias divertidas se misturam ao drama amoroso moderado. Ana e Vitória é uma comédia adolescente que encanta também adultos.