Há exatos três anos, a drag queen Pabllo Vittar surgia na cena musical brasileira. Desde então, lançou o primeiro disco, Vai Passar Mal (2017), e se tornou a primeira drag a disputar um prêmio do Grammy, pela parceria com Major Lazer e Anitta na música Sua Cara, que concorre na edição latina de 2018. Agora, já como estrela internacional reconhecida, e com parcerias com outros nomes estrangeiros, como a britânica Charli XCX e os americanos do Sofi Tukker, Pabllo está de volta com o seu segundo disco, Não Para Não, o primeiro com uma grande gravadora (Sony), lançado apenas nas plataformas digitais na quinta-feira passada.
A equipe de produtores continua a mesma, o Brabo Music Team. O trabalho é dançante, uma grande mistura de ritmos populares brasileiros e latinos. Buzina, que abre o disco, é um grito do brega. Seu Crime, um forró. Miragem, uma aventura pela cumbia.
– Trouxe desde a minha vivência em Belém do Pará, onde morei quando criança, passando por Maranhão, meu Estado de origem, até Minas, São Paulo e minhas influências de lá de fora – diz Pabllo.
Desta vez, segundo ela, a grande diferença foi a qualidade técnica da gravação, em Los Angeles:
– A qualidade está realmente superior a de Vai Passar Mal.
Além de parcerias com nomes de sucesso mercadológico, como os brasileiros Ludmilla e Dilsinho, além do DJ americano Diplo, do Major Lazer, Pabllo traz no novo álbum um dueto com a cantora transexual Urias, sua amiga de longa data, de quando morava em Uberlândia, na canção Ouro, que fala sobre superação.
– Essa música é um grito de apoio às gatas – diz Pabllo, em referência à comunidade
LGBTQIA+, da qual se tornou uma grande voz.
Ao mesmo tempo que se tornou uma das artistas mais populares do Brasil, a cantora de 23 anos virou também alvo para preconceitos e fake news nas redes sociais. Diz não se incomodar com as mentiras e boatos.
– Não vou desmentir tudo, graças a Deus tenho muito trabalho a fazer.
Por conta do clima pesado no país Pabllo quis fazer de Não Para Não um álbum divertido:
– Sempre penso nisso, trazer felicidade e alguma coisa para as pessoas se apegarem, no meio de tanta coisa ruim que tem acontecido.