Ao receber uma rosa de um segurança, no meio do show de Camila Cabello, Henrique Severo Sales, 14, começou a tremer. Ele sabia que este era o sinal de que, em poucos minutos, ele conheceria a sua cantora preferida. O ritual, que acontece durantes as apresentações da cubana, foi repetido em Porto Alegre, na noite desta quinta-feira (11), durante o Z Festival.
A dinâmica é muito simples: durante suas performances, a produção de Camila circula entre os fãs em todos os setores, sem identificação. Em um momento inesperado, estes representantes entregam uma rosa para os admiradores mais animados e dão instruções aos escolhidos de como ir até ao palco, no final da apresentação.
— Eu desabei, fiquei tremendo, chorando e sem ar, porque eu não conseguia acreditar que eu estava ali a poucos minutos de conhecer minha maior ídola — conta Henrique, que acompanha a artista desde o disco Reflection, ainda como integrante do Fifth Harmony.
Ele e outras três meninas foram levadas ao camarim, com direito a água e lanchinhos, com os seguranças pedindo "para eles se acalmarem". Minutos depois, a cantora entrou na sala e foi muito atenciosa, segundo o jovem. Foram abraços ("ela tem um cheirinho doce") e conversas sobre a fase recente da artista, como o clipe Consequences e a própria apresentação em Porto Alegre:
— Ela elogiou cada um de diferentes formas. Disse que meu cabelo era bonito [ele está com a coloração azul] e que eu era fofo. Também falou bem da maquiagem das meninas e dos olhos de outra. Foi muito mágico — descreve.
O porto-alegrense é totalmente grato à cantora de Havana:
— Muitas vezes, eu pensei em desistir. Todas as mensagens que ela passa, todo carinho, o amor que ela tem por nós, as músicas com mensagens incríveis... tudo isso me deu várias forças pra continuar — acredita.
Luta e venda de cupcakes
Camila Cabello é, de fato, um símbolo de superação de momentos ruins para seus fãs. Esta definição ficou visível em conversa com outros fãs que conseguiram conhecer a artista e também com adolescentes que ficaram horas nas grades da pista do Pepsi On Stage. Fernanda Kingeski, 15, de Gravataí, também teve a chance de conhecer a cubana após comprar o ingresso de Meet & Greet. A sensação de gratidão é a mesma da descrita por Henrique:
— Eu deixei tudo preparado há um bom tempo antes. Levei uma carta para ela e deixei com a equipe. Foi uma experiência única e maravilhosa e me sentia mais feliz a cada minuto! Ela é o mundo para mim. Eu me identifico com as letras dela e sei que passamos por algumas situações em comum, não me sinto só — conta.
Renatha da Silva, 31, também visitou a artista nos bastidores e concorda com as ideias de Fernanda:
— As suas letras representam a superação, a alegria, o otimismo de que tudo pode melhorar, a amizade e o amor — define.
Outro exemplo de que Cabello se tornou um símbolo de luta foi o das gêmeas Aline e Erica Masters, 17, ao lado da amiga Rochelle Gomes, da mesma idade. O trio estava na grade da pista do Pepsi On Stage e conta que chegou ao local às 5h da manhã. Para conseguir pagar os ingressos, as meninas fizeram cupcakes por conta própria e venderam nos intervalos da escola e também no Parque da Redenção, nos finais de semana.
— Ela mostra que temos que nos importar com os refugiados e pelas causas sociais, e de sermos quem quisermos ser, independente do que seja. Ela nos mostrou que podemos conseguir tudo, e é um incentivo para lutar pelos nossos sonhos — confidencia Erica.
As garotas não conseguiram conhecer a cubana, mas ficaram contentes com o momento:
— Mesmo sem ver ela, vale muito a pena tudo isso — finaliza Aline.