Se o consumo de música por streaming era uma tendência até pouco tempo, hoje é carro-chefe. De acordo com o relatório Global Music da IFPI (International Federation of the Phonographic Industry), divulgado pela Pró-Música Brasil Produtores Fonográficos Associados na última semana, o aumento da distribuição de conteúdo musical por plataformas digitais foi determinante para um crescimento recorde da indústria em 2017.
As receitas geradas pelas vendas de música no mundo todo registraram um aumento de 8,1% em 2017, em comparação com 2016, tendo um faturamento global no setor de US$ 17,3 bilhões. No montante do mercado musical estão inclusos as vendas físicas, qualquer receita gerada pelo setor digital, os direitos de execução pública e a sincronização de música gravada em obras audiovisuais e de publicidade.
O avanço do streaming foi avassalador no último ano: com 176 milhões de assinantes pelo planeta – eram 112 milhões em 2016 – e receitas que cresceram pelas assinaturas e publicidade, a tecnologia rendeu em 2017 para o setor da música cerca de US$ 6,6 bilhões, um aumento de 41,1% em relação a 2016. Assim, o streaming se firmou pela primeira vez como a maior fonte de receitas do setor fonográfico mundial, representando 38,4% do volume total.
Conforme aponta o relatório, o crescimento do streaming compensou o declínio das vendas físicas (-5,4%) e downloads pagos (-20,5%), fomentando o aumento de 8,1% na indústria fonográfica. O total do mercado da música digital somou US$ 9,4 bilhões, o que representou 54% do faturamento no setor.
No Brasil, o avanço foi ainda maior. O país, que é maior mercado latino-americano e o 9º do mundo, registrou crescimento acima da média mundial (8,1%) com 17,9% em 2017, após uma queda de 2,8% em 2016 – melhor taxa de crescimento após mais de uma década em queda.
A área digital foi a principal responsável por essa performance do mercado musical no Brasil, arrecadando US$ 178,6 milhões em 2017, o que representa 60,4% do mercado total e um aumento de 46,4% em relação ao ano anterior. No Brasil, o streaming cresceu 64% na comparação com 2016, representando US$ 162,8 milhões para o setor no país em 2017.
O segmento já é de longe a maior fonte de receita para o mercado brasileiro de música.
Segundo balanço divulgado pela Pro-Música, Shape of You, do britânico Ed Sheeran, foi a faixa mais executada no Brasil nos serviços de streaming em 2017.
Na lista das 50 músicas mais ouvidas no país em plataformas como Spotify e Deezer, as canções brasileiras predominaram: 43 nacionais e apenas sete estrangeiras.