Pela primeira vez em Porto Alegre, o grupo cubano de hip hop Orishas se apresenta no Opinião na quinta-feira (22). Formado por Yotuel Romero, Ruzzo Medina e Roldán González, o trio estourou mundialmente em 1999 com o disco A Lo Cubano, que traz o hit Represent, e apresenta a sonoridade pela qual Orishas ficaria associado: combinação de rap com ritmos da ilha caribenha, como rumba, son, guaguancó, entre outros. Em suas letras, são retratadas experiências pessoais, reflexões sobre a sociedade cubana e as memórias de Havana, cidade natal do grupo. O trio lançaria mais três discos – Emigrante (2002), El Kilo (2005) e Cosita Buena (2008), antes de dar um tempo em 2009.
O retorno do Orishas, que ocorreu em 2016, foi desencadeado após uma viagem de Yotuel a Cuba.
– Voltei a Cuba com a ideia de procurar um grupo que me agradasse e pudesse desenvolver. Durante a viagem, me dei conta que o que estava buscando era Orishas. Então, não pensei duas vezes. Voltei a Miami, chamei Roldán e Ruzzo e perguntei a eles se queriam voltar em minha companhia, no meu selo, e eles responderam: “Estamos esperando seu chamado há tempos!”.
Com o retorno consolidado, Orishas divulgou single novo – Sastre de tu Amor – e lançará seu quinto disco, intitulado Gourmet, em abril. As faixas novas poderão ser conferidas no show desta quinta. Confira, abaixo, entrevista com o cantor Yotuel Romero, líder da banda.
Orishas já veio ao Brasil em outras oportunidades, mas é a primeira vez em Porto Alegre. Quais são suas recordações do país?
Os shows no Brasil foram extraordinários. O que me chamou atenção era o quanto o país me lembrava Cuba: as pessoas, as cores, a pele, a praia, o caminhar, a comida. Compartilhamos muita cultura, com a herança afro-cubana e afro-brasileira. Era como estar em casa.
Quais aspectos da música brasileira que te encantam?
Gosto de Tropkillaz, Marcelo D2, Céu, Carlinhos Brown, que tem uma sonoridade linda combinando samba com sons afro-brasileiros, e grupos como Natiruts. Também gosto muito de Caetano Veloso e Djavan. Da música brasileira, gosto de tudo: as boas e as ruins (risos). Realmente, (o Brasil) tem tanta vocação para fazer música que até as ruins soam boas.
O Brasil tem tanta vocação para fazer música que até as ruins soam boas.
YOTUEL ROMERO, CANTOR E LÍDER DO ORISHAS
O que podemos esperar do novo disco do Orishas? Seguirá a combinação da música cubana e o rap?
Sempre temos combinado nossa música com esse background. Essa é a nossa herança, nossa escola, nossa vitamina, nossa energia, nossas raízes, nossa eletricidade, nosso legado. É dos grandes maestros cubanos que Orishas se nutre para produzir suas canções. Somos a história de nossa música feita pelos antepassados, e isso é refletido em Gourmet, música que alimenta. Já não fazemos música somente para escutar, mas também para comer e alimentar.
Como Orishas se conecta com a nova geração?
Claro que você tem que estar conectado nas redes sociais, mas o nosso propósito é fazer sempre que as pessoas tentem nos descobrir. Quero que a nova geração se conecte com nossas canções e pense: “Isto que deveria ser a música latina” (risos).
Depois de Obama iniciar a reconciliação dos EUA com Cuba, Trump voltou atrás. Como você avalia esse processo?
No nosso caso, o relacionamento com Cuba sempre foi delicado. Dizia-se que não poderíamos estar em Cuba. Isso sempre me machucou, mas, graças a Deus, vamos poder voltar a tocar em Cuba. Vamos nos apresentar na ilha no dia 24 de março.
Ingressos para o show
Quinta-feira (22), às 21h, no Opinião (José do Patrocínio, 834).
Classificação etária: 14 anos.
Abertura da casa: 19h.
Ingressos no 3º lote a R$ 180 (inteira) e R$ 160 (promocional, válidos somente com a entrega de 1kg de alimento não perecível na entrada do show). Pontos de venda com taxa de conveniência: site blueticket.com.br, lojas Multisom (Andradas, 1.001 e Bourbon São Leopoldo) e Youcom (Bourbon Ipiranga, Praia de Belas, Iguatemi, Shopping Total, BarraShopping, Canoas Shopping e em Novo Hamburgo, na Av. Nações Unidas, 2.001, segundo piso). Ponto sem taxa: loja Youcom Bourbon Wallig. É dos grandes maestros cubanos que Orishas se nutre para produzir suas canções.