Depois de mais de 20 anos de separação é possível uma banda superar as diferenças pessoais e recuperar a química entre seus integrantes? O grupo alemão de heavy metal Helloween pretende provar que sim com a turnê mundial que passa por Porto Alegre na noite de terça-feira, 31 de outubro, no Pepsi on Stage. A data não poderia ser mais apropriada, afinal o nome da banda é um trocadilho em inglês com as palavras hell (inferno) e halloween.
Nesse giro, estão de volta o guitarrista e primeiro cantor Kai Hansen e o vocalista Michael Kiske, que ingressou na banda após o segundo álbum. A dupla soma-se aos nomes que formam o Helloween desde o começo dos anos 2000: Michael Weikath (guitarra) e Markus GrossKopf (baixo), ambos membros originais, Andi Deris (vocal), Sascha Gerstner (guitarra) e Daniel Löeble (bateria). O show, com cerca de 20 músicas e quase três horas de duração, é em clima de celebração, com os três vocalistas revezando-se no palco, ora cantando juntos ora interpretando em separado as canções que cada um gravou quando estava na banda.
Formado em Hamburgo em 1984, o grupo alemão é considerado um dos criadores do chamado power metal, caracterizado por músicas pesadas e rápidas, mas com fartas doses de melodia. A banda alcançou reconhecimento mundial quando Hansen decidiu se concentrar na guitarra e deixou o microfone a cargo do então novato Kiske, dono de uma voz de alcance impressionante e interpretação carismática. Com essa formação, os alemães gravaram os dois álbuns definitivos desse subgênero do rock pesado: Keeper of the Seven Keys Part I (1987) e Part II (1988).
Tocando em grandes festivais e colecionando elogios da crítica especializada, o Helloween era apontado como um dos próximos grandes nomes do metal, ao lado de grupos também emergentes, como Metallica e Slayer. Foi aí que começaram os problemas. Insatisfeito com o rumo mais comercial que os companheiros pretendiam adotar, Hansen pulou fora e montou sua própria banda, o Gamma Ray. A mudança na sonoridade do grupo se mostrou um tiro no pé: não conseguiu conquistar novos fãs e ainda desapontou os antigos. Após várias brigas internas, Kiske também saiu em 1993.
Com a entrada de um novo vocalista (Deris), o Helloween retornou ao som pesado e rápido que lhe consagrou no álbum Master os the Rings (1994), mas aí já havia perdido o bonde da história. Embora hoje desfrute de popularidade em parte da Europa, Ásia e América Latina, o grupo nunca mais conseguiu se projetar nos mercados americano e britânico.
No Brasil, a banda construiu uma sólida base de fãs apresentando-se a cada lançamento de estúdio desde 1996. Em Porto Alegre, o grupo estreou em 2001 e já retornou várias vezes desde então. Não por acaso, os shows realizados em São Paulo no último final de semana foram registrados para um futuro lançamento em vídeo. Resta saber por quanto esta encarnação do Helloween como septeto durará.
Helloween
- Terça-feira, 31 de outubro, às 21h
- Pepsi On Stage (Av. Severo Dullius, 1.995). Abertura da casa às 19h. Classificação: 14 anos
- Ingressos: R$ 320 (mezanino), R$ 165 (mezanino promocional), R$ 240 (pista), R$ 125 (pista promocional), R$ 440 (pista premium) e R$ 225 (pista premium promocional). Sócio do CLube do Assinante tem 50% de desconto. Os valores promocionais são válidos mediante a entrega de um agasalho ou um quilo de alimento não perecível na hora do show. Venda sem taxa: Loja Youcom do Bourbon Wallig. Venda com taxa de R$ 5: Lojas Multisom (Rua dos Andradas, 1.001, e Bourbon São Leopoldo), Lojas Youcom (BarraShoppingSul, Total, Bourbon Ipiranga, Iguatemi e Praia de Belas, Bourbon NH, Canoas Shopping) e site blueticket.com.br.