Nem a chuva espantou alguns fãs de Paul Mccartney, que aproveitaram o feriado desta quinta-feira (12) para tentar um contato com o ídolo. Em frente ao hotel em que o músico está hospedado, no bairro Moinhos de Vento, um grupo tímido, de no máximo 10 pessoas, aguardava algum sinal do eterno beatle.
As jornalistas Renata Breier, 45 anos, e Lisiane de Assis, 30, foram as primeiras a chegar, por volta das 9h30min. A dupla saiu de Gravataí bem cedo – e afirma que não tem hora para voltar.
O show de sexta-feira, no Beira-Rio, marcará a quarta vez que Renata verá o astro de perto. Além de ter ido à primeira apresentação em Porto Alegre, em 2010, ela também esteve nas apresentações no Rio de Janeiro e em Goiânia. Para melhorar a visibilidade no show, ela, que se diz "baixinha", já tem um plano:
– Vou levar um salto bolsa e na hora em que eu estiver dentro do estádio eu troco.
O mau tempo da Capital não foi nada perto do que Lisiane já enfrentou para ver o ídolo, conforme conta. No último show que viu ao vivo, em maio de 2011, no Rio de Janeiro, ela saiu de Porto Alegre carregando como única bagagem um guarda-chuva, para se proteger no sol enquanto estivesse na fila.
– Chegando no Rio de Janeiro, fomos direto para o show e de lá já voltamos para o aeroporto para vir embora – conta ela.
Para os argentinos Tomás Romero, 20, e sua avó, Mônica Aloy, 63, a distância não é problema. Os dois chegaram a Porto Alegre na terça-feira e pretendem ficar só para ver o ídolo. No domingo, já retornam à Argentina. Mônica, que não vai ao show, mas veio para acompanhar o neto na viagem, conta que o primeiro contato de Tomás com Paul foi depois de um presente dela: um CD de canções de ninar dos Beatles.
Antes de vir a Porto Alegre, Tomás havia assistido a dois shows: em La Plata e Buenos Aires.
Mas difícil mesmo é alguém bater o recorde de Miriam Acklas, 47, que assistirá ao 51º show de Paul. Ela veio de São Paulo, cidade onde mora, e se hospedou no mesmo hotel, para já ficar por perto do astro.
Miriam conta que o primeiro show foi aos 10 anos, em Londres. Dona de uma assistência técnica de computadores, ela guarda dinheiro para acompanhar o ídolo pelas turnês.
– Eu trabalho para "Paulpar" dinheiro e ir aos shows – brinca.
O mais perto que ela chegou de Paul foi antes de uma apresentação em Brasília, quando ele estava indo para o estádio onde ia ser realizada a apresentação. Miriam conseguiu fazer "hi five" com o ídolo e dizer a ele um "I love you". Figura já conhecida entre a produção, ela brinca que, quando os seguranças do astro a veem, já dizem "hi, Miriam".
A experiência mais marcante que a paulista teve durante a trajetória de fã foi tomar café da manhã com o tecladista Paul "Wix" Wickens, durante a passagem do grupo por Córdoba, na Argentina. Ela conta que estava se servindo no buffet do hotel e, quando cumprimentou o músico, que integra a banda do ex-beatle, ele a convidou para se sentar junto à mesa.
– Ele disse: não vai tomar café sozinha – conta emocionada.
Para a decepção dos fãs, uma fonte oficial da organização do evento, que não se identificou, informou que, nesta quinta, Paul não deve aparecer para o público. Ele informou, contudo, que, para o show de amanhã, os músicos, incluindo o próprio Paul, devem sair pela entrada principal do hotel para pegar o transporte até o estádio Beira-Rio.