O cantor e produtor musical Kid Vinil morreu nesta sexta-feira, em São Paulo. O músico estava em coma induzido desde o dia 15 de abril, quando passou mal logo depois de uma apresentação em Conselheiro Lafaiate (MG).
Ele foi transferido para o Hospital da Luz, em São Paulo, em um helicóptero UTI. Amigos e fãs de Kid Vinil se mobilizaram pela redes sociais para cobrir custos da transferência para São Paulo, avaliada em R$ 15 mil. Uma postagem da banda Ratos de Porão no Facebook com informações para doação, por exemplo, contou com mais de uma centena de compartilhamentos e mensagens de apoio.
Kid Vinil era o nome artístico de Antônio Carlos Senefonte, que nasceu em Cedral (SP), no dia 10 de março de 1955. Ele se destacou no cenário musical do rock brasileiro dos anos 1980 com o grupo Magazine. Entre os sucessos do grupo estão Tic Tic Nervoso e Sou Boy – confira abaixo:
Cantor, radialista, compositor e jornalista, ele também foi vocalista do Verminose, Magazine, Kid Vinil e os Heróis do Brasil, Kid Vinil Xperience.
Em 2015, Kid Vinil ganhou uma biografia, Um Herói do Brasil, escrita em parceria com o jornalista Ricardo Gozzi e com o músico Duca Belintani. No início dos anos 1980, na banda Verminose, que combinava punk rock e rockabilly, foi um dos incentivadores do então emergente movimento punk paulista, organizando shows e tocando músicas de bandas do gênero e pós-punk no Programa Kid Vinil, da extinta Rádio Excelsior.
Sua trajetória na televisão começou em 1987, no programa Boca Livre, da TV Cultura. Na atração, Kid teve a oportunidade de mostrar bandas independentes brasileiras da época – como Inocentes, Cólera, Ratos de Porão, Escova e a Máfia, além de nomes internacionais como Toy Dolls (Inglaterra).
Ele também apresentou o programa Som Pop em sua fase final, de 1989 a 1993, na TV Cultura. Em 2000, tornou-se VJ da MTV, comandando o Lado B, em que apresentava clipes de bandas underground.
Em seus dias derradeiros, Kid Vinil comandava seu programa de rádio – que era transmitido na estação paulista Rádio Rock 89FM e na web rádio Brasil 2000 –, realizava atividades de DJ e shows com sua banda Magazine, que havia retornado em 2016.
Kid morava na zona sul de São Paulo. Amante da música, ele possuía em sua casa coleções de 20 mil vinis e 10 mil CDs, ambas organizadas em ordem alfabética.
Ao retomar as atividades da banda Magazine, Kid disse em entrevista ao site EGO que a aposentadoria nem passava pela sua cabeça.
– Se o Paul McCartney e o Mick Jagger podem, eu também posso. O Tom Zé tem mais de 79 anos e está aí na ativa, ele é um garoto no palco! Não vou forçar a barra de ficar viajando excessivamente, mas eu curto viajar pelo Brasil, fazer shows no interior. Nunca é tarde para se estar na ativa – ressaltou.
Nas redes sociais, artistas e amigos lamentaram a notícia da morte do cantor: