Com o embalo rockeiro e animado de Não pare pra pensar, a banda mineira Pato Fu retorna a Porto Alegre para um show no Teatro do Bourbon Country nesta sexta, às 21h. O disco é o décimo de estúdio do grupo, formado atualmente por Fernanda Takai (voz), John Ulhoa (guitarra e voz), Ricardo Koctus (baixo e voz), Lulu Camargo (teclados e arranjos orquestrais) e Glauco Mendes (bateria).
Uma apresentação estava marcada para Novo Hamburgo na quinta, mas foi cancelada. O público pode trocar, nos pontos de venda, a entrada para assistir à performance desta noite ou pedir o dinheiro de volta. Aqueles que adquiriram no site ou call center terão a compra automaticamente cancelada, mas os que o fizeram fisicamente deverão solicitar o reembolso no próprio local.
Entrevista: "Prefiro rock com frescura", declara John Ulhoa
Viver de música no Brasil não é pra qualquer um. Mas viver mais de 20 anos fazendo uma música, digamos, não rotulável como a do Pato Fu é quase um milagre. Como você analisa isso?
Tenho um pouco essa sensação de "milagre" quando escuto o primeiro disco com meus ouvidos de hoje... Mas por outro lado a reação que tivemos logo a lançar a primeira fita demo nos dava a sensação de estarmos diante de algo que chamava atenção. Mas se seria duradouro e sustentável, sei lá. O que sei é que ter uma banda que faça algum sucesso – e o nosso foi sendo construído lentamente – é algo muito raro e precioso, e quando isso aconteceu conosco, passamos a cuidar muito bem dessa conquista. Então acredito que algumas escolhas em nossa carreira fizeram com que a gente tivesse essa "vida longa e próspera". E, por incrível que pareça, acho que algumas das escolhas menos comerciais também tiveram a ver com isso, o fato da gente ser uma banda que não aceita fazer qualquer coisa fez com que o nosso público original se mantivesse fiel, em sua maior parte.
Os shows dessa turnê refletem o último disco, ou seja, é pra sair do baile com a roupa ensopada de dançar e pular? É um repertório escolhido para ser divertido, bem festa, mesmo?
Tem bastante música nova sim, e elas são muito boas de se tocar ao vivo. É o que tem acontecido, acho que é um show mais "pra cima" do que era o Daqui pro futuro, que tinha um repertório um pouco mais contemplativo.
Aliás, entram canções de outros discos? Quais?
Sim, tem as "campeãs de audiência" tipo Sobre o tempo, Perdendo dentes, Canção pra você viver mais... E outras, que nem são tão conhecidas, mas que são boas de se tocar e ajudam a fazer o repertório ficar bem representativo das fases da banda.
Falando da produção de vocês, que é notoriamente fora da curva se comparada com o pop feito no Brasil, como é o processo criativo? Conta um pouco sobre a construção desse último disco, por exemplo.
Bom, ele veio depois do Música de brinquedo... Então a gente quis fazer um disco que mostrasse um pouco de onde viemos pra quem tinha se esquecido e pra quem chegou agora no Pato Fu. Não chega a ser aquela sonoridade dos primeiros, mas tem um pouco do clima, das música construídas em cima de riffs de guitarra, que é algo que anda sumido, eu acho. E ao mesmo tempo acho que é o nosso disco mais dançante, chega a ter umas batidas de "house de banda", movido a guitarra e bumbos four on floor. Seja como for, a gente continua pensando em música e achando que tem algo relevante pra fazer ainda. Nos recusamos a nos render à pura nostalgia de uma banda que já tem mais de 20 anos. Acho que tem lugar pra nostalgia, e ela talvez esteja nos esperando mais à frente, mas por enquanto vamos seguindo em linha reta.
Voltando para o Não pare pra pensar, que é um disco de rock, pegado e divertido... Você ainda acredita no rock?
Eu não levanto a bandeira do rock, não. Acho que não sou um representante genuíno, quando vejo algo tipo "rock mesmo, rock puro, rock sem frescura, roque roque roque" já sei que não vou gostar muito. Ou talvez goste, mas acaba o assunto rápido. Prefiro rock com frescura. Acho que ainda tem muitos roqueiros clássicos no mundo, e bandas também, mas eu gosto mesmo é das individualidades, das coisas que parecem ter um universo próprio. Tanto faz se é rock ou não. Quando eu era adolescente no final dos 70, o DEVO já me mostrava que o rock tinha ficado careta. Imagina agora... Então é um som, sem bandeiras. Eu adoro pesar nas guitarras e enfiar o pé no acelerador às vezes, mas se for pra frear e colocar um coral de sereias, estamos aí também.
Show do Pato Fu em Porto Alegre
Sexta, às 21h, no Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80 / 2º andar – Shopping Bourbon Country)
Ingressos: R$ 70 (galeria); R$ 90 (mezanino); R$ 110 (plateia alta e camarote); R$ 130 (plateia baixa). Desconto de 50% para: sócios do Clube do Assinante RBS (limitado), titular e acompanhante dos cartões Zaffari Card e Bourbon Card (necessário adquirir na bilheteria do teatro, limitado) e titular do Cartão Alelo Cultura (necessário adquirir na bilheteria do teatro, limitado). Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, jovens com até 15 anos, aposentados e doadores regulares de sangue também pagam mais barato.
Pontos de venda
Com taxa de conveniência:
- Site Ingresso Rápido
- Call Center, pelo número 4003-1212 (das 9h às 21h)
Sem taxa de conveniência:
- Bilheteria do Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, nº 80 / 2º andar, das 10h às 22h)