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O escritor, pesquisador e contador de histórias Celso Sisto faleceu na última sexta-feira (4), aos 63 anos. Nascido no Rio de Janeiro, em 1961, viveu por mais de duas décadas no Rio Grande do Sul.
Multifacetado, era escritor, ator, arte-educador, artista visual, ilustrador e professor universitário, com especialização em literatura infanto-juvenil. Tinha mestrado em literatura brasileira pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutorado em teoria da literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde também foi professor de Letras e de Pedagogia.
Ao longo da carreira, publicou mais de 80 livros e foi agraciado com diversos prêmios, entre eles três Açorianos, vários selos Altamente Recomendável da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e três Prêmios da Cátedra Unesco de Leitura da PUC-Rio. Durante mais de 15 anos, Celso conduziu a oficina de escrita criativa Laboratório de Autoria, dedicando-se a inspirar novos escritores. Ele também assinava colunas literárias e fazia indicações culturais voltadas à infância.
Cenário cultural
Instituições literárias, como a Câmara Rio-Grandense do Livro e a Feira do Livro de Porto Alegre, lamentaram sua partida nas redes sociais. Sônia Zanchetta, coordenadora da programação infantil e juvenil da Feira do Livro de Porto Alegre, destacou a relevância de Celso no cenário cultural.
"Celso fazia absolutamente de tudo. Era escritor, ilustrador, crítico literário, colunista, ministrava oficinas, dava aula — era algo impressionante. E um grandioso contador de histórias. Aqui no Sul, foi marcante o seminário que ele coordenou durante 13 anos na Feira do Livro. Ele formou muitos novos contadores de histórias", disse em publicação.
Em 2011, o escritor deu entrevista a Zero Hora. Na oportunidade, falou sobre ter recebido o título de livro do ano pela obra Diáfana no Prêmio Açorianos. Foi o primeiro livro infantil a receber a premiação.
— Fiquei feliz com o prêmio. Independentemente de ser meu, é de suma importância o espaço que a literatura infantojuvenil vem conquistando. E é uma aceitação: meus colegas vão prestar mais atenção ao meu trabalho — afirmou, na época.
Há poucos dias, ele havia feito uma publicação nas redes sociais para contar ter ido até a Companhias e Coreógrafos, no Teatro Adolpho Bloch, no Rio de Janeiro, para acompanhar a sobrinha em uma mostra de dança.