O crítico literário e professor Alfredo Bosi morreu nesta quarta-feira (7), aos 84 anos, vítima da covid-19. De acordo com pessoas próximas ao escritor, ele estava internado em um hospital de São Paulo e lutava contra a doença com uma saúde debilitada, mas não estava entubado e o quadro era considerado estável.
Ocupante da cadeira número 12 da Academia Brasileira de Letras desde 2003, Bosi nasceu em São Paulo, em 1936, descendente de italianos. Formou-se em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), em 1960, e logo recebeu uma bolsa de estudos na Itália, onde ficou um ano letivo em Florença.
De volta ao Brasil, assumiu os cursos de língua e literatura italiana na USP. Embora professor de literatura italiana, Bosi sempre teve grande interesse pela literatura brasileira, o que o levou a escrever os livros Pré-Modernismo (1966) e História Concisa da Literatura Brasileira (1970), que se tornou obra de referência obrigatória.
Foi responsável, entre 1963 e 1970, pela seção Letras Italianas do Suplemento Literário do Estadão, no qual publicou mais de vinte artigos sobre autores diversos, como Leopardi, Pirandello, Moravia, Buzzati, Manzoni, Gadda, Ungaretti, Montale, Quasimodo, Pasolini, Machado de Assis, Jorge de Lima, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, entre outros.
O assunto passou a dominar seu interesse em 1970, quando se decidiu pelo ensino de literatura brasileira no Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Logo, publicou outras obras notáveis sobre a crítica literária, como O Ser e o Tempo da Poesia, de 1977, Céu Inferno: Ensaios de Crítica Literária e Ideológica, de 1988, e Machado de Assis: o Enigma do Olhar, de 1999.