A partir de março do ano que vem, o International Standard Book Number (ISBN) deixa de ser concedido pela Biblioteca Nacional e passa a ser um serviço oferecido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) — na prática, deixa de ser fornecido pelo serviço público e passa para a iniciativa privada.
O ISBN é um registro que identifica os livros publicados de acordo com o título, o autor, o país e a editora, como se fosse um RG de cada edição. O número deve ser obtido pelas editoras a cada publicação. A mudança no serviço, anunciado nesta quarta-feira (18), pegou muitas delas de surpresa.
O registro foi criado em 1967 e oficializado como norma internacional em 1972. No Brasil, ele passou a ser oferecido pela Biblioteca Nacional em parceria com a Fundação Miguel de Cervantes.
Segundo a nota divulgada pela Agência Internacional do ISBN, a Biblioteca Nacional seguirá fornecendo o ISBN até o dia 28 de fevereiro do ano que vem. A partir de 1º de março, a Câmara Brasileira do Livro assume o serviço em parceria com a plataforma alemã Metabooks. A taxa de emissão deve seguir a mesma: R$ 22 (com código de barras, R$ 36).
Mesmo assim, o anúncio deixou alguns editores e pessoas do mercado editorial preocupados. O receio é que, uma vez fora de uma instituição pública, os valores para obtenção do ISBN aumentem e impactem no orçamento das editoras.
A mudança vem duas semanas após a Biblioteca Nacional trocar seu presidente e Rafael Nogueira assumir o cargo. O contrato entre a instituição e a Agência Internacional do ISBN estava para ser renovado.