Em abril deste ano, a venda do livro Ágape (2010), do padre Marcelo Rossi, 51 anos, teve a sua publicação, distribuição e venda suspensa a pedido do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A decisão foi em favor da escritora Izaura Garcia de Carvalho Mendes, que dizia ter sido vítima de plágio. No mês seguinte, no entanto, ela foi presa junto de suas duas advogadas por suspeita de fraude pelo caso.
Mendes acionou a Justiça afirmando que o trecho Perguntas e Respostas - Felicidade! Qual É?, do livro de Marcelo Rossi, era de autoria dela e que havia sido publicado em seu livro, Nunca Deixe de Sonhar, de 2002. Em Ágape, a autoria do mesmo trecho era atribuída a madre Teresa de Calcutá.
Após a prisão da escritora, o mesmo tribunal acatou um novo recurso para que o padre e a editora Globo recebam os valores perdidos com a falta de distribuição do livro e, ainda, que sejam indenizados por danos morais no valor de R$ 50 mil. A decisão foi divulgada na segunda-feira (11) pelo colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo.
Assim que Mendes acusou o padre de plágio, a polícia iniciou uma investigação e concluiu que o registro apresentado pela escritora era falso:
— Nós não precisamos de um exame muito aprofundado para identificar que o documento foge muito do padrão adotado pela Biblioteca Nacional — afirmou Igor Calaça Martins, coordenador do Escritório de Direitos Autorais da biblioteca ao Fantástico (TV Globo).
Diante da constatação, a polícia prendeu Mendes e suas duas advogadas por formação de quadrilha, denunciação caluniosa, estelionato e uso de documento falso. As três estão respondendo ao crime em liberdade. A escritora ainda foi condenada a devolver mais de R$ 150 mil pelas perdas sofridas.