O mais novo livro de Fabrício Carpinejar, Família é Tudo, foi uma surpresa para ele próprio. No ano passado, o autor havia lançado Cuide de Seus Pais Antes que Seja Tarde, uma coletânea sobre a relação entre pais e filhos baseados na própria experiência. Foi com surpresa que o poeta e cronista se descobriu dando continuidade ao assunto em novos textos que aprofundavam, com um olhar ainda mais pessoal, suas próprias ligações familiares.
— Eu escrevi Cuide de Seus Pais Antes que Seja Tarde. Família É Tudo se escreveu em consequência do primeiro livro.
É uma memória biográfica que eu faço por capítulos como se fossem pequenas crônicas — define o autor.
Também por seu caráter memorialístico, Família É Tudo tem uma estrutura algo diversa da que consagrou Carpinejar como cronista, a de por vezes perseguir um conceito com torções e reversões de linguagem que voam muitas vezes para longe do conceito inicial. Família É Tudo é, em vez disso, exemplo de uma crônica mais narrativa. Histórias sobre sua relação com a mãe, o pai, os irmãos, vão gradativamente abrindo espaço também para os filhos do escritor.
— Tem uma história aí que vai em um crescente, e que tentar entender qual a minha versão dos meus pais, qual a dos meus avós. Se perguntar sobre nossos pais ao Rodrigo,
à Carla e ao Miguel, meus irmãos, vai parecer que são filhos de pais diferentes. Cada um tem uma versão. Por mais que você não queira, no plano da memória você é um filho único.
Pais
A sessão de autógrafos de Família É Tudo, às 19h30min de sábado (9), é apenas uma das atividades em família que Carpinejar tem na Feira do Livro neste fim de semana. Também no sábado, às 18h, no Auditório Barbosa Lessa do Centro CEEE Erico Verissimo (Rua dos Andradas, 1.223), Carpinejar lerá os poemas de seu pai, o integrante da Academia Brasileira de Letras Carlos Nejar, que estará em Porto Alegre para lançar os livros Lelé e Eu e Os Invisíveis. Às 16h30min de domingo (10), no mesmo auditório, participa de um bate-papo com sua mãe, a patrona da Feira em 2018 Maria Carpi.
— O problema é imaginar coisas diferentes para falar para cada um — brinca Carpinejar.