Tente encontrar na Amazon Healing Homosexuality: Case Stories of Reparative Therapy (Curando a homossexulidade: histórias de casos de terapia reparativa). Nada? E que tal A Parent's Guide to Preventing Homosexuality (Um guia parental para prevenir a homossexualidade)? De novo, zero resultados, certo?
É porque a gigante do comércio virtual baniu de seu catálogo obras que divulguem a chamada "cura gay", uma terapia que promete reverter a orientação sexual de pessoas atraídas por outras do mesmo sexo, à revelia da decisão da Organização Mundial de Saúde de extirpar em 1990 a homossexualidade de sua lista de doenças.
Em nota, a Amazon diz que zela pela variedade do cardápio literário, mas materiais que julgue inadequados podem ficar de fora. "Como vendedores de livros, fornecemos aos nossos clientes acesso a uma variedade de pontos de vista, incluindo livros que alguns clientes podem achar desagradáveis. Reservamos o direito de não vender determinados conteúdos, como pornografia ou outros conteúdos inadequados."
Protestos de alas cristãs
A iniciativa provocou fúria entre grupos conservadores norte-americanos. Um deles é o Voice of the Voiceless (Voz dos Sem Voz), que diz ter como missão "defender os direitos dos ex-homossexuais com indesejada atração pelo mesmo sexo", e, de quebra, apoiar "a comunidade baseada na fé".
Um abaixo-assinado criado por este porta-voz de uma parcela cristã no site de petições virtuais Change.org tinha, até quinta (12), 19,3 mil assinaturas de uma meta de 25 mil.
A palavra censura aparece para criticar a remoção de obras do gênero. "Isso equivale à discriminação religiosa e à baseada na orientação sexual."
Na quarta (11), Tony Perkins, presidente do Family Research Council e um dos mais poderosos lobistas cristãos em Washington, disparou um e-mail massacrando a Amazon.
Exaltou na mensagem que a "fé cristã teve um papel significativo na ajuda a pessoas lidando com uma indesejada atração por gente do mesmo sexo". E seriam "poucas as vozes na atual cultura do 'qualquer-coisa-serve' com coragem para se posicionar ousadamente".
A companhia estaria tentando "silenciar aqueles de nós que deixaram o estilo de vida LGBT", afirma Perkins