Recuperamos online um dos elementos mais pedidos em antigas coberturas da Feira do Livro, nossa simpática Capa Brega do Dia, resultado de vários garimpos em diversos balaios da Praça, formando um panorama de um tempo em que o mercado editorial nacional tinha menos vergonha de ser apelativo.
Topei com este exemplar antigo de Minha Vida, Meus Amores, de Frank Harris, o escândalo possível em uma época mais puritana. Harris foi editor e conviveu com grandes nomes das figuras literárias de prestígio de seu tempo, de Heinrich Heine a Oscar Wilde.
Harris publicou entre 1922 e 1927 estas memórias picantes que são, ao mesmo tempo, uma bastante gráfica crônica de aventuras sexuais diversas e um apanhado de fofocas mais ou menos cabeludas da alta sociedade política e literária de seu tempo. Esta segunda parte se tornou de grande interesse à medida que o livro envelheceu, principalmente entre historiadores.
Mas, para vender o livro para um público que claramente não saberia quem são a maior parte destas pessoas, coube a esta edição investir na boa e velha nudez gratuita para chamar atenção para a parte mais fescenina da obra.