A princípio é preocupante: a premissa inicial de A Única História, romance mais recente do escritor inglês Julian Barnes, parece algo que você teria visto no primeiro capítulo da novela gaúcha Selvagens Inocentes (lembram?): "Todo mundo tem sua história de amor. Todo mundo. A história pode ter sido um fiasco, pode ter fracassado, pode nunca ter progredido, pode ter sido apenas fruto da imaginação, mas isso não a torna menos real (...) É a única história". Mas sendo Barnes o escritor que é, um dos maiores autores da língua inglesa em atividade, a riqueza de sua prosa e seu olhar ao mesmo tempo satírico e austero tornam este livro um estudo agudo da turbulência emocional do primeiro amor, associado a um panorama das transformações que precederam a revolução sexual.
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