Se a dor no peito figurativa pode até ser poética, a literal não é brincadeira. O novo livro do cirurgião, professor e escritor Fernando Lucchese é um guia para cuidar bem do “motor do corpo humano”. Diretor do Hospital São Francisco de Cardiologia e Transplantes da Santa Casa e autor de mais de 20 livros, Lucchese autografa Coração: modo de usar (L&PM, 336 páginas, R$ 38,90) neste sábado, às 17h, na Praça de Autógrafos, na 62ª Feira do Livro de Porto Alegre.
O que é pior para o coração, sedentarismo ou estresse?
Ser sedentário. É o fator de risco mais importante. Praticar exercícios reduz a incidência de câncer, infarto e derrame. O estresse faz parte da vida da gente, é impossível terminar com o estresse.
E o que é mais importante, reduzir o sal ou o açúcar?
Os dois! No RS, as pessoas consomem em média 16g de sal por dia, o necessário é 4g. Existem, no Brasil, cerca de 35 milhões de hipertensos, e o sal favorece imensamente a hipertensão. Também temos no país em torno de 10 milhões de diabéticos, e o açúcar favorece o diabetes, além da obesidade. Dá para dizer que os pós são todos muito ruins: sal, açúcar, farinha refinada e cocaína (risos).
O que é melhor: ovo ou pão?
O ovo foi absolvido. Favorece o metabolismo das gorduras, já que tem colesterol vivo, in natura. Quando se ingere colesterol, o organismo o produz menos, porque já há colesterol no aparelho digestivo. Ele é detergente da gordura, daí é que vem sua importância. Só aumenta no sangue quando se come gordura saturada (parte errada da picanha). O ovo não é o que provoca aumento do colesterol no sangue, é a gordura saturada. O problema do pão é que, quanto mais branco, mais parecido com açúcar ele fica. O integral, o mais escuro possível, é melhor.
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