O poeta e letrista mineiro Geraldo Carneiro, de 64 anos, conhecido por sua poesia bem-humorada e pelas composições interpretadas por artistas como Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Ney Matogrosso e Gal Costa, foi eleito nesta quinta-feira como o novo imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele recebeu 33 votos, e vai ocupar a cadeira número 24, deixada vaga com a morte do crítico teatral Sábato Magaldi, em julho.
Em 2016, Geraldinho, como é conhecido, lançou Subúrbios da galáxia (Nova Fronteira), uma antologia de seus escritos em quatro décadas de produção. Entre seus parceiros musicais, estão o músico mineiro Egberto Gismonti, o argentino Astor Piazzolla e os brasileiros Wagner Tiso e Francis Hime.
Carneiro também é dramaturgo e roteirista de TV. Ele estreou na televisão em 1976, e foi no início da década de 1990 que ganhou destaque com o seriado O sorriso do lagarto, baseada na obra de João Ubaldo Ribeiro, de 1991, e com os episódios da Terça nobre e Brasil especial, faixa de programação em que eram apresentadas adaptações de obras literárias brasileiras. Em 2011, Carneiro recebeu o prêmio Emmy Internacional, pela adaptação de O astro, escrita no ano anterior, em parceria com Alcides Nogueira. Ele também assinou roteiros no cinema, como o de Eternamente Pagu, de 1987, de Norma Bengell, e diversas peças de teatro, além de ser um reconhecido tradutor de Shakespeare no Brasil.
Há ainda outras duas cadeiras vagas na Academia Brasileira de Letras. Na próxima quinta-feira, 3, será eleito o novo ocupante da cadeira de número 40, que era ocupada pelo advogado, escritor e professor Evaristo de Moraes Filho, morto no dia 22 de julho de 2016. No dia 24 de novembro, outra quinta-feira, será definido o nome do novo acadêmico que ocupará a cadeira 22, deixada pelo cirurgião plástico e escritor Ivo Pitanguy, morto em agosto.
A ABL não divulgou oficialmente quem são os candidatos postulantes às duas vagas restantes, mas entre os nomes cotados estão o do romancista Raimundo Carrero, do ex-ministro da Cultura Francisco Weffort, do pesquisador e musicólogo Ricardo Cravo Alvim, do economista Edmar Bacha e do jurista Eros Grau.