Era 3 de maio e a chuva caía forte quando o ator Edgar Alves, 57 anos, recebeu uma ligação avisando que o neto estava prestes a vir ao mundo. Apesar do aguaceiro, Alves saiu do bairro Fátima, em Canoas, e rumou ao Hospital Conceição, em Porto Alegre, para dar as boas-vindas ao pequeno Cícero. Enquanto celebrava a chegada do mais novo integrante da família, a água lamacenta tomou conta de sua residência. Foram semanas preso em Porto Alegre, impedido de voltar para Canoas, vendo a inundação avançar sobre sua vida. Artista de rua no Grupo TIA — Teatro, Ideia & Ação, Alves foi impactado de diferentes formas pela enchente histórica de maio: ficou sem casa para morar, sem rua para se apresentar e, consequentemente, sem sua principal fonte de renda.
Cenário de incerteza
Notícia
Artistas de rua afetados pela enchente no RS buscam alternativas para recomeçar
Profissionais que têm o espaço público como palco foram impactados direta ou indiretamente pela tragédia climática de maio. Mesmo quem não teve a casa tocada pela água sofreu prejuízos com a impossibilidade de ir para a rua trabalhar
Camila Bengo
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