O Festival Palco Giratório está de volta. Depois de dois anos de espera, por conta da pandemia, finalmente os grupos cênicos poderão se reencontrar com os palcos e com o público de Porto Alegre– após um hiato em 2020, houve uma edição quase toda virtual em 2021. E, neste ano, o evento, que ocorrerá entre os dias 12 e 29 de maio, abre as cortinas para debater assuntos importantes para os dias de hoje, trazidos à tona por 29 atrações distintas, que serão distribuídas em 48 apresentações.
E os ingressos para quem quiser participar da 16ª edição de um dos mais relevantes festivais de artes cênicas do Estado já podem ser adquiridos no site, onde também pode ser conferida a agenda completa do evento, ou presencialmente nas unidades Sesc/RS. Os valores para assistir aos espetáculos variam de R$ 15 a R$ 50 — mas também constam apresentações gratuitas.
A programação tem alguns destaques por parte da curadora Jane Schoninger: A Hora da Estrela ou o Canto de Macabéa (14 e 15/5, no Theatro São Pedro), dirigida por André Paes Leme, estrelando Laila Garin, com músicas originais de Chico César; Kintsugui, 100 Memórias (28 e 29/5, na Sala Álvaro Moreyra), espetáculo do aclamado grupo Lume Teatro (SP); Estudos Nº 1: Morte e Vida (20 e 21/5, no Teatro do Sesc Alberto Bins), do Grupo Magiluth (PE), que parte de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto; e Paixão Viva (26 e 27/5, no Teatro do Sesc Alberto Bins), estreia do solo performático da atriz Ítala Nandi, com o qual comemora seus 80 anos.
Já no Teatro Bruno Kiefer, o grupo Complexo Duplo (RJ) leva dois discos consagrados para o palco: Cabeça (Um Documentário Cênico) (26/5), que pôde ser visto na edição de 2017 do festival e é realizado a partir do álbum Cabeça Dinossauro (1986), dos Titãs, e Dois (Mundos) - Volume 1: Coração (27 e 28/5), que tem como ponto de partida o álbum Dois (1986), do Legião Urbana.
E por falar em música, ela segue tendo espaço importante no Palco Giratório. Entre as atrações, valem enfatizar De Tempo Somos (28 e 29/5, no Teatro Renascença), a que o público porto-alegrense pôde assistir em 2015, reunindo 25 músicas do repertório de quase 40 anos do Grupo Galpão (MG); e Líricas Sulinas (25/5, no Theatro São Pedro), espetáculo de Clarissa Ferreira no qual milonga, ciranda e candombe se encontram, com participações de Valéria Barcellos e da pernambucana Lia de Itamaracá.
— Não é uma programação como antes — diz Jane Schoninger. — Se formos pensar em número de espetáculos de edições antes da pandemia, este está um pouco mais modesto, mas com uma força absurda. Chega a 48 sessões e foi uma opção justamente ao pensarmos em como o público vai se comportar com uma overdose, digamos assim, de espetáculos por dia. É uma primeira experiência. Qual é o tamanho desta sede? A gente acredita que é bastante.
Espaços
Este ano, ao contrário das outras edições presenciais, que espalhava espetáculos por boa parte da cidade, está com apresentações mais centralizadas — mas sem deixar de ocupar palcos considerados importantes para as artes cênicas na Capital: Teatro do Sesc Alberto Bins (Avenida Alberto Bins, 665, Centro), Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº, Centro), Teatro Bruno Kiefer, na Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736, Centro), e Teatro Renascença e Sala Álvaro Moreyra, ambos no Centro Municipal de Cultura (Avenida Erico Verissimo, 307, Menino Deus).
— Esta foi uma estratégia pensada de concentrar em alguns espaços para também facilitar essa retomada do público, essa mobilidade nestes espaços, além de fortalecer estes locais e, mais uma vez, ajudar no fomento na classe artística — explica Jane.
Vale destacar que espaços públicos, como o Parque Farroupilha, também virarão palco com apresentações gratuitas e abertas ao público em geral. Além disso, o Palco Giratório seguirá com as ações formativas virtuais, com foco no intercâmbio entre os grupos cênicos de diversas regiões do país, no site.
— Vamos contar com trabalhos com estéticas e propostas de pesquisas diferentes, vindas de regiões totalmente diferentes do país. Então, o nosso propósito, toda a nossa programação, vem de forma orgânica tratando de questões presentes, como a periferia, as raças e os gêneros, mas com o desejo e o anseio de reencontrar o público dentro do teatro consumindo, apreciando e assistindo a trabalhos de todas as regiões do Brasil — enfatiza a curadora do festival.
16º Festival Palco Giratório Sesc – Porto Alegre
- Data: 12 a 29 de maio
- Local: diversos pontos de Porto Alegre
- Programação e venda de ingressos: www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio e nas unidades Sesc do Estado