Três anos e meio se passaram desde que Hique Gomez e Simone Rasslan inauguraram uma parceria para dar continuidade à saga da Sbørnia, o extravagante e fictício país que os fãs de Tangos & Tragédias aprenderam a amar. Agora, Hique e Simone — ou melhor, Kraunus Sang e Nabiha — comemoram 35 anos de Sbørnia, somando o tempo de vida do popular espetáculo que terminou em 2014, com a partida de Nico Nicolaiewsky, e sua sequência, A Sbørnia Kontr'Atracka, que ganha nova temporada desta quarta (10) a domingo (14), no Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
— Talvez no início algumas pessoas tivessem receio de que não fosse tão bom quanto Tangos, mas isso passou — conta Hique. — Uma pessoa me disse que tinha assistido 11 vezes, e achei que estava contando junto com o Tangos, mas ela tinha visto 11 vezes A Sbørnia Kontr'Atracka. É outro momento, mas a atmosfera é a mesma.
Simone também sabe o que é participar de um espetáculo de longa duração. Durante nove anos, ela foi uma das protagonistas de Rádio Esmeralda, musical que teve sua trajetória abreviada pela perda da parceira Adriana Marques, em 2009. Desde que ingressou no universo da Sbørnia, a pianista e cantora tem aprimorado sua personagem:
– Nabiha começou como um tipo carrancudo e está virando uma personagem multidimensional. Está mais solta no palco, com mais falas. É uma professora de música que vem para cuidar do Kraunus, que o Maestro Pletskaya (personagem que era vivido por Nico) deixou sozinho. Ela tem uma relação de afeto com Pletskaya porque estudaram na Libertok Universitik de Musik da Sbørnia.
Estão no repertório canções que eram interpretadas em Rádio Esmeralda, como Chattanooga Choo Choo e Padaria. Simone ressalta que o arranjo também é um ato criativo:
— A Sbørnia trabalha com essa ideia de uma reciclagem da canção popular. Mas não é uma aula de música brasileira. As músicas entram de um jeito interessante na dramaturgia. A questão é como atualizamos esse repertório.
A Sbørnia Kontr'Atracka honra o legado de Tangos com O Drama de Angélica, A Trágica Paixão de Marcelo por Roberta e o retorno do Copérnico, a bizarra dança em que não se pode mexer as pernas e nem as mãos. É nesse momento que se costuma chamar alguém do público para dançar no palco.
— É engraçado ver cada estilo de Copérnico das pessoas — diz Hique. — É saudável esse momento em que os espectadores sobem ao palco para deixar os outros rirem deles. Precisamos de um tempo para relaxar e esquecer as diferenças, compartilhando um ambiente agradável.
O Coro Jovem da Ospa — na verdade, o Jungst Kohral Sbørniani — ganha mais espaço no espetáculo, participando de quatro canções, entre elas o Hino da Sbørnia. Um integrante do coro chegou a compor o hino da Universidade de Ciências Fictícias da Sbørnia, que pode aparecer em um futuro espetáculo. Também participam o compositor de clássicos sbørnianos Cláudio Levitan, na pele do Professor Kanflutz, e a sapateadora Gabriela Castro.
A Sbørnia Kontr'Atracka — O Sonho Não Acabou
Desta quarta-feira (10) a sábado (13), às 21h, e domingo (14), às 20h.
Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro S/nº), em Porto Alegre.
Ingressos: de R$ 50 a R$ 100. Desconto de 50% para os primeiros cem sócios do Clube do Assinante e 10% para os demais.
À venda no site teatrosaopedro.com.br e na bilheteria do teatro.